Foi mais um dia de cão na Bolsa de Valores brasileira B3, que fechou ontem, de novo, em queda forte de 2,08%, aos 104.165 pontos.
E o dólar subiu outra vez, fechando ontem cotado a R$ 5,45.
No início deste ano novo de 2023, a bolsa está derretendo.
Em apenas dois dias, a B3 perdeu mais do que tudo o que havia ganhado em 2022.
Mas há razões para essa queda. Por exemplo: ontem, ao tomar posse do Ministério da Previdência, seu titular, Carlos Lupi, presidente nacional do PDT, disse o seguinte no seu discurso:
“Precisamos discutir com profundidade o que foi essa antirreforma da Previdência”.
Como se isso não bastasse, Lupi disse ainda que os juros cobrados pelo empréstimo consignado concedido aos aposentados estão muito altos, o que fez cair o valor das ações dos bancos. Carlos Lupi também disse que provará que a previdência não é deficitária. Um discurso típico de político que quer agradar o auditório.
Foi o mesmo que jogar gasolina no incêndio. Imediatamente, a Bolsa, que já operava em baixa moderada, despencou.
Tentando ajeitar as coisas, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse que o governo pretende fazer um ajuste fiscal da ordem de R$ 223 bilhões, o equivalente a 2,08% do PIB, ainda neste ano. Uma boa notícia, mas o mercado financeiro desconfia de que a intenção do ministro Haddad não tem respaldo no núcleo duro do governo, que vem dizendo e repetindo coisas como estas: acabar com o teto de gastos, suspender privatizações e criar nova âncora fiscal que permita aumentar o gasto público.
Como se tudo isso não bastasse, veio uma notícia do exterior, anunciando nova queda do preço internacional do petróleo do tipo Brent, que é o óleo importado pela Petrobras.
Pois bem, ontem, na Bolsa de Londres, o preço do barril do Brent fechou cotado a US$ 82,43. Resultado, as ações da Petrobras caíram novamente, já acumulando perdas de 10% só nos dois primeiros pregões da bolsa B3 neste ano.
E por que caiu o preço do petróleo? Porque a China, segunda maior economia do mundo, continua registrando milhares de novos da Covid-19, o que impacta negativamente sua atividade econômica.
Ontem, a Bolsa movimentou R$ 25,7 bilhões, um montante pequeno que reflete o temor dos investidores.
E para tornar ainda mais excitante o dia de ontem, a Petrobras comunicou ao mercado, após o fechamento do pregão da Bolsa B3, a renúncia do presidente da Petrobras, Caio Paes de Andrade, que comporá a equipe de auxiliares diretos do governador de São Paulo, Tarcísio Freitas.
No mesmo instante, o ministério de Minas e Energia anunciou que o senador Jean Paul Prates, do PT do Rio Grande do Norte, será indicado hoje para a presidência da Petrobras e para integrar, também, o seu Conselho de Administração.
Prates tem dito e repetido que mudará a política de preços da estatal, que não será privatizada e investirá na área do refino e na implantação de projetos de energias renováveis solar fotovoltaica e eólica offshore.
EMPRESÁRIOS LOUVAM TRABALHO DE MAIA JÚNIOR
Unanimidade entre empresários da indústria, da agropecuária e do comércio do Ceará, o ex-secretário do Desenvolvimento Econômico e Trabalho, Maia Júnior, tem recebido, nos últimos dias, carinhosas manifestações de agradecimento pelo trabalho que desenvolveu à frente da Sedet.
Graças a ele, a economia estadual cearense está pronta hoje para dar um salto de qualidade, a partir do momento em que se tornarem realidade os grandes projetos de produção do Hidrogênio Verde e de geração de energias solar fotovoltaica e eólica, fora (onshore) e dentro do mar (offshore).
Não obstante, até ontem, Maia Júnior não havia recebido qualquer agradecimento das novas autoridades do Palácio da Abolição. Todavia, entre seus amigos, que trocam mensagens pelas redes sociais, se o governo cearense construir um busto para homenagear o ex-secretário, “ainda será pouco pelo muito que ele fez”.
Entre o mesmo público, esta coluna apurou que o secretário Executivo de Regionalização e Modernização da Casa Civil, Célio Fernando, é outro nome lembrado como tendo sido importante para incluir o Ceará em temas como a Economia do Mar e a Transição Energética, mas até agora esquecido pelo novo governo.