Ivens Júnior reúne o agro cearense e surpreende-se com avanço do setor

O acionista e CEO do Grupo M. Dias Branco tomou a iniciativa de reunir os líderes da agropecuária, que assumiu, com a indústria, posição de protagonista na cena da economia do Ceará.

Como esta coluna vem dizendo ao longo deste ano, a indústria e a agropecuária cearenses caminham de mãos dadas, e agora são os grandes industriais que se aproximam das lideranças do setor primário da economia estadual, estreitando suas relações com o objetivo de superar problemas pela via da união de esforços e, também, da busca conjunta pela inovação.

Exemplo: há duas semanas, o empresário Ivens Dias Branco Júnior, acionista e CEO do Grupo M. Dias Branco, reuniu em sua fábrica de margarinas GME, um grupo de agropecuaristas para uma conversa descontraída sobre os avanços tecnológicos do agro cearense e sobre as conquistas de novos mercados internos e externos

O anfitrião, que tomou a iniciativa de convocar o encontro, quis saber de fonte primária como foi possível à agropecuária deste estado avançar tanto em tão pouco tempo. E declarou-se “muito feliz” com a avalanche de informações que lhe transmitiram os seus convidados. 

Pela voz de Cristiano Maia e Gentil Linhares, o CEO de M. Dias Branco foi informado de que o Ceará segue sendo o maior produtor de camarão e o maior consumidor de tilápia do país, para o que a iniciativa privada investiu pesadamente na pesquisa, instalando modernos laboratórios e contratando especialistas estrangeiros que têm reduzido ao mínimo a possibilidade de surgimento de doenças.

Ivens Júnior ouviu de Luís Roberto Barcelos e de Tom Prado – cujas empresas lideram a produção e a exportação brasileira de melão – algumas novidades, inclusive esta: graças a investimentos feitos, com recursos próprios, na melhoria do solo e na biotecnologia, a produção e a produtividade do setor mantêm o Brasil na liderança mundial. E mais esta: cada hectare cultivado de melão corresponde a um emprego direto no campo.

Edson Brok, Fábio Régis e João Teixeira, líderes da bananicultura no Ceará e no Nordeste, deram números sobre a produção e a exportação da banana cearense, que é consumida não só pelo mercado interno brasileiro, mas pelo europeu, com destaque para o Reino Unido, para onde vão, semanalmente, 96% do que o Ceará produz da variedade “Cavendish” (nanica).

Amílcar Silveira, presidente da Federação da Agricultura (Faec), que em um ano e meio de mandato revolucionou a entidade, dando-lhe agora a posição de protagonista do cenário agropecuário do Ceará, mostrou as mais recentes estatísticas do seu novíssimo Centro de Inteligência do Agro. Uma dessas estatísticas revela: a lavoura, a pecuária e a agroindústria cearenses respondem hoje por 19% do PIB do Ceará.

Jorge Parente e José Antunes expuseram a posição de liderança da pecuária leiteira cearense, que, mesmo em anos de seca, manteve em alta a sua produção, para o que investiu e segue investindo na melhoria do rebanho. Ao mesmo tempo, a indústria de lacticínios também investiu na ampliação e modernização de suas instalações, tendo o Ceará, também, uma das maiores fábricas de leite condensado do país, inaugurada no último mês de agosto.

Marden Vasconcelos fez Ivens Júnior sorrir à larga, ao destacar o impressionante crescimento da avicultura do Ceará, cujos produtos abastecem as redes de supermercados desde o Pará até o Rio Grande do Norte. 

Rita Granjeiro causou no anfitrião a mesma alegria, ao expor números da produção de coco e de feijão verde graças a boas práticas agrícolas, que unem a biotecnologia à defesa do meio ambiente. 

Sua colega Candice Rangel, criadora de gado Nelore no Cariri, disse que a pecuária de corte cearense tem melhorado, na velocidade do frevo, a qualidade do seu rebanho, para o que os pecuaristas, como ela,  investem na tecnologia biogenética.

Gentil Linhares deixou surpreso Ivens Júnior, ao revelar que, além de produzir e comercializar peixes no Ceará, também planta soja no Maranhão, onde obtém alta produtividade, tirando proveito de investimentos feitos no cuidado com o solo e no uso de sementes de alta qualidade. 

Por sua vez, Daniel Olinda deu detalhes de como anda o projeto de transformar a Chapada do Apodi num polo produtor de algodão e soja. Lá, a empresa da qual é executivo – e cujo sócio majoritário e CEO é o empresário Raimundo Delfino – já cultiva o “ouro branco” em quase 2 mil hectares e soja em cerca de 300 hectares, com produtividade semelhante à do Oeste da Bahia. “O Ceará voltará a ser um grande produtor nacional de algodão”, disse Olinda a Ivens Júnior.

Gilson Gondim também fez sorrir Ivens Júnior, ao dizer que o Ceará segue produzindo e exportando plantas ornamentais para os EUA e a Europa, “tudo com viés de alta”.

E Luís Eugênio Pontes – que durante 23 anos foi alto executivo do Grupo M. Dias Branco – informou que sua empresa, a Fertsan, que produz e vende tecnologia para melhorar a produção e a produtividade do agro brasileiro – vai muito bem, tendo na sua carteira de clientes alguns dos maiores players do setor, entre os quais os gigantes do Centro Oeste.

Após ouvir tantas informações e ao final do encontro, Ivens Dias Branco Júnior disse que a reunião “superou todas as minhas expectativas, e agora estou entendendo por que a agropecuária cearense ganhou, merecidamente, esse atual protagonismo”. 

E fechou sua fala sugerindo que esse encontro se repita duas vezes ao ano, “porque eu preciso estar sempre atualizado sobre o que se passa no agro do nosso Ceará”. Foi aplaudido.