Indústria e Agroindústria acusam Enel de lhes causar prejuízos

Uso uso da linha de transmissão da Enel custa mais de duas vezes o valor da conta da própria energia fornecida pelo Mercado Livre. E mais: Eleição no Brasil! Sobe o PIB dos EUA e da China!

Está, novamente, sob pressão a Enel – empresa responsável, com exclusividade, pelo serviço de distribuição de energia elétrica na geografia do Estado do Ceará.  

Duas empresas – uma da indústria, outra da agroindústria – acusam a Enel, primeiro, de atrasar os trabalhos de ligação de energia elétrica de novos empreendimentos imobiliáios; segundo, de cobrar, pela transmissão da energia, mais do que o dobro do valor da conta mensal de luz, emitida por uma fornecedora que opera no Mercado Livre.

Vamos ao primeiro caso, que envolve uma das três maiores empresas da construção civil do Ceará. 

Ela concluiu, em Fortaleza, a obra de construção de dois edifícios residenciais – um ao lado do outro. Procurou a Enel para fazer a ligação da energia elétrica. O sócio e CEO da empresa disse à coluna que não só cumpriu todas as exigências técnicas impostas pela distribuidora, como também pagou, antecipadamente, pela execução dos serviços. 

“Até agora, nada foi feito. Já deveríamos ter entregado os dois blocos residenciais aos seus respectivos proprietários, mas a Enel, infelizmente, não executou o serviço de ligação da energia, alegando problemas com o seu orçamento. Mas que problemas são esses, se nós antecipamos o pagamento do serviço, que inclui a ampliação da rede elétrica?”, diz, em tom de irritação e revolta, o CEO da construtora.

O segundo caso é tão sério e grave quanto o primeiro. Vamos a ele:

Em Jaguaruana, uma média agroindústria – que planta, colhe, beneficia e, em seguida, produz fios de algodão logo vendidos para uma fábrica que os transforma em tecidos – passou a comprar no Mercado Livre a energia que consome. 

Neste mês de outubro, a empresa cearense recebeu a fatura no valor de R$ 137.815,88 referente ao consumo da energia fornecida pela empresa do Mercado Livre. Desse total – é bom destacar – R$ 27.563,18 referem-se ao ICMS. 

Pois bem, poucos dias depois de chegar a fatura do Mercado Livre, chegou a da Enel, relativa ao serviço de distribuição da mesma energia. Valor: R$ 280.908,34, dos quais R$ 71.302,71 referentes ao ICMS estadual.

“Não é caro. É caríssimo!”, diz, visivelmente irritado, o sócio e CEO da agroindústria, que lamenta “as duras e difíceis condições de empreender no Brasil, principalmente no interior nordestino”.
 
Esta coluna ouviu a presidente da Enel, a engenheira cearense Márcia Sandra Roque, que, educada e rapidamente, respondeu às questões suscitadas pelos dois casos. Ela respondeu nos seguintes termos:

“Mesmo comprando energia do Mercado Livre, a empresa consumidora tem de pagar a tarifa de uso do sistema de distribuição. Ele usa a rede da distribuidora. (Eu) teria que ter acesso ao número do cliente para avaliar a conta e poder esclarecer corretamente. 
“Quanto ao outro caso, da execução de obras, temos trabalhado para entregá-las no prazo. Ainda temos um desafio: a demanda tem crescido bastante e temos um plano para recuperar em 2023. 

“Nas duas situações, precisaríamos entender bem, analisando dados do cliente para dar um retorno assertivo.

”Fico à disposição dos clientes para avaliar os casos”.

Diante do acima exposto pela presidente da Enel, o caminho a tomar pelos sócios e dirigentes das duas empresas citadas é o da busca do entendimento com a distribuidora. 

No caso da agroindústria, é mesmo muito elevado o valor cobrado pela Enel pelo uso de suas linhas de transmissão; na questão envolvendo a construtora, aflora, segundo a opinião de empresários cearenses da indústria e da agropecuária, um aspecto que diz respeito à gestão da distribuidora.
 
De acordo com esses empresários, a Enel tem excelente faturamento na sua operação no Ceará, mas, pressionada pelo comando da empresa, que não está aqui, mas na Itália, onde tem sede a holding do grupo Enel, a administração liderada pela cearense Márcia Sandra Roque é obrigada a reduzir custos e a transferir mais lucros para Roma.

COPOM, PIB DOS EUA, PIB DA CHINA, PREMIÊ DO REINO UNIDO

Amanhã, terça-feira, começará a reunião do Comitê de Política Monetária do Banco Central, o Copom, que deverá, segundo os economistas, manter a taxa básicos de juros, a Selic, no patamar em que se encontra: 13,75%. 

Esse ciclo de manutenção da taxa de juros, ainda de acordo com as mesmas fontes, permanecerá até o segundo trimestre do próximo ano, quando o Copom iniciará um ciclo de redução dos juros. 

Esta é a última semana de outubro, e ela será muito agitada, principalmente pela política. Os investidores estarão de olho nas pesquisas em torno do segundo turno da eleição presidencial, que se travará no próximo domingo, dia 30. 

Essas pesquisas serão o combustível que movimentará a Bolsa de Valores brasileira. Elas estão confirmando o que já se previa: a eleição não tem favorito, pois há um empate técnico entre as duas candidaturas à Presidência da República. Os ânimos estão acirrados, mas, por enquanto, tudo transcorre dentro da normalidade democrática. Os discursos inflamados fazem parte da disputa. 

O mercado aguarda a divulgação de nomes que integrarão a equipe econômica do candidato do PT, Luiz Inácio Lula da Silva, que ainda não publicou seu plano de governo. 

E aguarda, também, a prévia do IPCA, o índice oficial da inflação, que será divulgada na quarta-feira. Os economistas do Banco Itaú apostam numa alta de 0,09%, enquanto os do Bradesco preveem uma elevação de 0,05%. 

Também serão divulgados, nos EUA, os balanços do terceiro trimestre deste ano das grandes empresas norte-americanas, como a Microsoft, a Alphabet, dona do Google, a Meta, criadora do Facebook, a Apple, que criou o iPhone, e a Amazon. 

Aqui no Brasil, serão divulgados os balanços do terceiro trimestre da Vale e da Ambev. 

Depois de amanhã, quarta-feira, 26, serão divulgados os dados sobre a taxa de desemprego no Brasil. O Banco Itaú espera uma nova queda na taxa de desemprego, que desceria dos atuais 8,9% para 8,7%. Os economistas do Bradesco apostam numa queda maior, de 8,9% para 8,6%.

Vale lembrar que, em janeiro, a taxa de desemprego estava em pouco mais de10%.

Na quinta-feira, sairá um número importante: o do PIB dos Estados Unidos. O mercado está prevendo uma alta de 2,1% no Produto Interno Bruto norte-americano, o que confirmará o crescimento robusto da economia do país a sua baixíssima taxa de desemprego, que é a menor dos últimos 50 anos.

Na próxima sexta-feira, será eleito o novo líder do Partido Conservador, que tem maioria no Parlamento do Reino Unido. O favorito, hoje, é Rishi Sunak, que dirigiu a economia britânica entre 2020 e início de 2022. 

Filho de pais indianos, Rishi Sunak já obteve o apoio de mais de 100 dos parlamentares do seu partido. E ficou agora mais forte com a retirada da candidatura do ex-premiê, o hilário Boris Johonson. 

Mas, em Londres, há a expectativa de que Rishi Sunak poderá ser anunciado até o meio-dia de hoje como o terceiro premiê britânico em apenas um ano. 

Sunak alcançou na manhã desta segunda-feira a marca de 160 indicações dos parlamentares conservadores. Mesmo que isto aconteça, ele só será oficialmente eleito na próxima sexta-feira, dia 28. 

Hoje, saiu o PIB da China, que cresceu 3,9% no terceiro trimestre deste ano – julho, agosto e setembro. Apesar desta boa notícia, o mercado imobiliário, o comércio varejista e o setor de importações chineses tiveram fraco desempenho. 

O crescimento do PIB chinês no terceiro trimestre foi maior do que o previsto pelos operadores do mercado. É uma boa notícia para o Brasil, que exporta minério e produtos agrícolas para a China, incluindo soja e carne de boi e de frango.

E hoje a Rússia publicou uma advertência, dizendo que a Ucrânia está pronta para usar uma arma suja, que, ao explodir, emite material radioativo. 

Os Estados Unidos, o Reino Unido e a própria Ucrânia rechaçaram essa advertência, alertando que é a Rússia que já tem essa arma suja e que a usará em próximos ataques às cidades ucranianas. 

Essa guerra na Ucrânia ainda causará muitos estragos e a perda de milhares de vidas, infelizmente, meu caro Tom Barros, minha cara Daniela de Lavor.