H2V: Alckmin chama presidente da Fiec pare reunião em Brasília

CEOs das grandes empresas nacionais e estrangeiras destacaram, na Fiec Summit, a liderança de Ricardo Cavalcante e do governo do Ceará no esforço nacional para tornar o Brasil protagonista mundial do Hidrogênio Verde

Do II Fiec Summit Hidrogênio Verde, encerrado quinta-feira, 26,  ficou uma constatação que aflorou a cada palestra dos executivos das grandes empresas nacionais e estrangeiras que participaram, pessoalmente, do evento, a começar por Paulo Alvarenga, CEO para a América do Sul da gigante alemã Thyssenkreupp e presidente da Câmara Brasil-Alemanha em São Paulo.

Ele disse, alto e bom som, que o Ceará é hoje o principal protagonista do esforço nacional para tornar o país, no curto prazo, um polo mundial de produção do Hidrogênio Verde. 

Alvarenga foi adiante e afirmou que o presidente da Federação das Indústrias do Estado do Ceará (Fiec), Ricardo Cavalcante, é, do lado empresarial, o grande líder do projeto de implantar no Complexo Industrial e Portuário do Pecém um Hub do H2V.

A mesma opinião, mas com outras palavras, emitiu Erick Torres, CEO da ArcelorMittal, dona da usina siderúrgica do Pecém, que, após destacar a atuação pessoal do presidente da Fiec pelo Hidrogênio Verde, citou o potencial do Ceará para a geração de energias renováveis – solar e eólica onshore e offshore – e anunciou que sua empresa comprará a produção cearense do H2V com a qual passará a fabricar aços verdes.

Luís Viga, CEO da australiana Fortescue no Brasil, foi pródigo em elogios a Ricardo Cavalcante, de cuja cabeça nasceu a ideia de promover o Fiec Summit Hidrogênio Verde. 

O mesmo discurso de encômios ao presidente da Fiec foi repetido por Fernando Elias, executivo da Casa dos Ventos, maior empresa brasileira desenvolvedora de projetos de energias renováveis. Ele disse que aquele evento, que estava reunindo, presencialmente, um auditório de mais de 1.500 pessoas e, remotamente, cerca de 5 mil no Brasil e em vários países, é produto da dedicação com que a Fiec e seu presidente se lançaram nessa empreitada!

Por sua vez, Alexandre Negrão, CEO da Aeris Energy – com três fábricas de pás eólicas na área do Complexo do Pecém que abastecem o mercado brasileiro e exportam para os EUA, Europa, América Latina e Caribe – foi mais vibrante ainda com a liderança de Ricardo Cavalcante, ao salientar que o que se passa hoje no Ceará não tem similar no país.

“Aqui, o governo e os empresários falam a mesma língua, trabalham no mesmo objetivo, trilham os mesmos caminhos”, o que, na sua opinião, é uma extraordinária vantagem comparativa de que lança mão o investidor. “É por isto que estamos aqui!”, completou Negrão.

Mas tudo o que acima foi dito aconteceu na quarta e na quinta-feiras da semana passada. Da agenda de Ricardo Cavalcante já consta uma audiência na próxima terça-feira, 31, em Brasília, com o vice-presidente da República e, também, ministro da Indústria e Comércio Exterior, Geraldo Alckmin, que, assim como o presidente da Fiec, está pessoalmente empenhado em acelerar todas as providências legais que ainda faltam para tornar realidade o projeto de produção do Hidrogênio Verde no país. 

Alckmin convidou Cavalcante para uma reunião logo após a posse da nova diretoria da Confederação Nacional da Indústria (CNI), da qual o cearense é o segundo vice-presidente executivo. Os dois têm algo em comum: a certeza de que será pelo H2V que o Brasil conquistará a liderança mundial no setor de energia renovável e limpa, contribuindo decisivamente para a descarbonização do planeta.

O governo corre, embora atrasado, para fazer a sua parte na regulação da geração offshore e na produção do H2V. A iniciativa privada, que está pronta para fazer a sua, precisa de entender, todavia, que este é o momento em que um cavalo selado está passando diante de sua porta. O empresariado deve montá-lo antes que outros investidores, em outros países, o façam. 

E para isto há uma única providência a adotar: investir seus próprios recursos na construção dos projetos industriais de produção do Hidrogênio Verde. Mais adiante, quando eles começarem a operar e quando o Brasil estiver vendendo o excedente, aí será a hora do entendimento entre os que produzam H2V para os mercados interno e externo e as autoridades governamentais.

Eis o que aconselha o bom senso, neste momento.