Governo do Maranhão chama Agrícola Famosa para produzir melão

Governador maranhense Carlos Brandão, que deverá ter seu mandato renovado se estiverem certas as pesquisas que o apontam como favorito, que implantar um Polo Fruticultor no estado. Há um gargalo: os quilombolas.

Atenção! O governador do Maranhão, Carlos Brandão, recebeu em seu gabinete, em São Luís, o sócio e diretor de Assuntos Institucionais da Agrícola Famosa, com sede e campos de produção em Icapuí (CE) e Mossoró (RN), ao qual apresentou o projeto de tornar aquele estado, em médio prazo, um importante polo produtor de melão e melancia para os mercados interno e externo. 

Para isso, disse o governador ao empresário, é essencial que a Agrícola Famosa se instale no Maranhão.  

Esse encontro aconteceu ao anoitecer do último dia 12 no Palácio dos Leões, sede do governo maranhense, no centro histórico da capital do Estado.

O plano do governo do Maranhão envolve, também, a Associação Brasileira dos Produtores Exportadores de Frutas (Abrafrutas), mas, para ter êxito, ele dependerá da Agrícola Famosa, que é a maior produtora e exportadora mundial de melão e melancia.

Esta coluna apurou que, passadas as eleições de outubro e na hipótese da eleição de Carlos Brandão, que lidera com folga as pesquisas, a Agrícola Famosa e a Abrafrutas desenvolverão, juntamente com o governo maranhense, o plano para a implantação de um polo de fruticultura naquele Estado.

Hoje, o melão e a melancia consumidos pelos maranhenses são produzidos e fornecidos por empresas do Polo Petrolina-Juazeiro, pela própria Agrícola Famosa e pela cearense Itaueira, cujos campos de produção se localizam no vizinho Piauí e na Bahia. 

Nos supermercados da rede Mateus, por exemplo, o melão Rei da Itaueira é comercializado.

Mas há uma pedra no meio do caminho do projeto fruticultor do governo maranhense: a questão fundiária. 

No Maranhão, boa parte das terras é reivindicada pelos quilombolas, e isto tem impedido a atração de grandes empresas industriais e agrícolas para a sua geografia. Porém, apesar disto, a agricultura, no Sul maranhense, tem sido ampliada e hoje sua produção de soja só faz crescer.

O governador Carlos Brandão tem dito a empresários que, se for eleito – e tudo indica que o será – a questão legal dos quilombolas será superada com o apoio do Legislativo estadual, que será em parte renovado, mas com maioria pro governo, o que facilitará a aprovação de uma nova e mais moderna legislação a respeito do assunto.

Há, ainda, outro gargalo: a logística do transporte. Os três portos marítimos de São Luís (o da Vale, o da Alumar e o administrado pelo governo estadual) praticamente não têm equipamentos para a movimentação de contêineres, uma vez que operam quase exclusivamente com granéis sólidos (minérios e grãos) e líquidos (derivados de petróleo), além de alumínio e insumos para a sua gabriação.

Se o projeto fruticultor maranhense for implantado, será o porto estadual que terá de equipar-se com guindastes modernos para garantir o embarque dos melões e melancias da Agrícola Famosa.

Além disso, há, ainda, a questão fitossanitária: será necessário que o governo do Maranhão invista para que a região, onde o polo fruticultor for instalado, seja considerada, pelo Ministério da Agricultura, zona livre da mosca da fruta, sem o que a exportação para o estrangeiro não poderá ser feita.