Cresce, mas cresce em alta velocidade, o mercado imobiliário cearense, principalmente o de produtos voltados para o topo da pirâmide social.
Ontem, esta coluna divulgou, em primeira mão, que o Hotel Ponta Mar, um quatro estrelas instalado e em operação na Avenida Beira Mar, onde ocupa uma área de aproximadamente 3 mil m², foi vendido por mais de R$ 100 milhões (um empresário do setor hoteleiro falou em R$ 200 milhões) a um grupo empresarial do mesmo ramo familiar dos compradores, que já anunciaram: demolirão o edifício para, em seu lugar, levantarem um condomínio residencial de alto luxo, com 900 metros quadrados de área, como revelou o colunista Victor Ximenes, que, também com exclusividade, publicou neste DN a foto da maquete do edifício projetado pelo escritório do arquiteto Nasser Hissa.
Neste momento, constroem-se em Fortaleza três gigantescos condomínios residenciais verticais, de alto luxo, dois dos quais nas proximidades do Ideal Clube, na Avenida da Abolição. Ambos terão mais de 40 andares, com um apartamento por andar, com área de 700 m².
No mais alto dos dois prédios, um heliponto. Preço inicial: R$ 7 milhões. Neles, não há mais apartamento disponível para venda.
Pairando sobre a foz do riacho Maceió e avistando, privilegiadamente, a beleza da enseada do Mucuripe, ergue-se, na velocidade do frevo, o One – outro luxuoso condomínio que a Construtora Colmeia promete entregar daqui a três anos.
Serão 50 apartamentos – um por andar – todos vendidos na planta para ricos do Ceará e de outros estados do país.
Mas cresce, também, a construção e a venda de condomínios para as chamadas classe média alta e classe média-média em bairros como Meireles, Cocó, Luciano Cavalcante e Guararapes, no lado Leste, para onde cresce a cidade de Fortaleza.
Mas o aumento da taxa de juros está criando dificuldades para os que, matriculados na classe média, querem obter financiamento para a compra de um imóvel novo.
Pelo andar da carruagem, o Banco Central, diante de uma inflação que já chegou aos dois dígitos, sinalizou que manterá a tendência de subir os juros, sem ligar para seus efeitos colaterais.
A economia entrou numa zona cinzenta que invadirá 2022, um ano eleitoral. Apertem os cintos.
EM 2021, A RECEITA DA A CEMAG CRESCEU 91%
Esta coluna encaminhou duas perguntas para alguns empresários cearenses, desejando apurar sua performance neste difícil exercício de 2021.
O primeiro a responder foi Carlos Prado, fundador e CEO da Ceará Máquinas Agrícolas Ltda (Cemag), que disse:
“A Cemag em 2021 aumentou seu faturamento em 91%, alcançando R$ 70,4 milhões, fabricando carretas agrícolas e vendendo-as em 20 estados.”
E qual é a expectativa para 2022? Carlos Prado revela:
“Para 2022, novos modelos de carretas deverão ser incorporados, e a empresa passará a atender 24 estados.
“Como teremos um ano de eleição, com polarização, inflação e juros em alta, se mantivermos os mesmos números de 2021 já estaremos muito satisfeitos.”
UM ANO CHEIO DE INFLAÇÃO, JURO ALTO E ENERGIA CARA
Como foi este 2021 para a F. S. Rocha Pescados e Mariscos? Os donos da empresa, com duas grandes lojas que vendem de tudo o que o mar produz, os irmãos Manoel e Francisco Rocha responderam nos seguintes termos, devidamente adaptados pela coluna:
“Foram 12 meses juntos e misturados com pandemia, inflação, juros mais altos, frete rodoviário mais caro por causa da explosão dos preços dos combustíveis, energia elétrica com tarifa vermelha (mesmo o Nordeste produzindo e exportando energia para o Sudeste, onde esteve o epicentro da redução da geração hidráulica causada pela falta de chuvas, obrigando o Operador Nacional do Sistema a despachar as termelétricas a carvão, cujo produto custa bem mais do que o das fontes renováveis). Tudo isso num ano só, exigindo de nós muito trabalho, muita atenção no serviço e mais atenção ainda nas contas.
“Graças a Deus e ao nosso pé no chão, temos usado a rede bancária só para guardar nossas economias, nada de empréstimos com juros tão altos.
“Apesar disso tudo, o consumidor, que é o nosso aliado do dia a dia, manteve sua fidelidade.
“Uma parte deles reduziu o apetite pelas proteínas animais, mas a maioria o manteve, fazendo, para isso, opções entre as centenas de itens de que dispõem as nossas lojas na rua Antônio Furtado e na Barão de Studart, e isso nos assegurou a travessia de um ano difícil, mas de final feliz. Soubemos praticar aqui uma boa governança, adaptando-nos aos desafios conjunturais”.
E o que vocês esperam para 2022?
“Em primeiro lugar, que Deus dê ao Ceará e ao Nordeste uma boa estação de chuvas.
“Em segundo lugar, que os políticos tomem juízo.
“Em terceiro lugar, que os eleitores saibam votar na eleição de outubro do próximo ano e elejam homens e mulheres honrados, competentes e comprometidos com o interesse público.
“Em quarto lugar, que o Congresso Nacional aprove as reformas de que o país precisa para sair da crise.
“E em quinto lugar, que aconteça mesmo tudo o que está pintando no horizonte da economia do Ceará, inclusive, e principalmente, esse projeto do Hub do Hidrogênio Verde do Pecém.”
MAIS HIDROGÊNIO VERDE
Mais uma empresa estrangeira – desta vez a AES Brasil, controlada pela multinacional norte-americana AES – celebrou Protocolo de Intenção com o governo do Ceará para produzir Hidrogênio Verde no Pecém.
A mesma AES Brasil anunciou ao secretário Maia Júnior que investirá, também, em projetos de energias renováveis. Agora, são 14 empresas estrangeiras oficialmente interessadas no Hub do H2V do Ceará.
INSEGURANÇA NO CAMPO
Produtores rurais dos municípios de Horizonte, Pacajus e Chorozinho transmitem mensagens a esta coluna, pedindo a ação da Secretaria de Segurança Pública contra ladrões de animais que agem em suas fazendas, “de dia e de noite”.
Detalhe: os bandidos andam em grupos e usam motocicletas para roubar, principalmente, bois e cavalos.