Capital sem coração só quer reprodução

Não tem pátria o capital. Nem coração. Insensível a emoções, ele procura o melhor lugar, em qualquer geografia, para se reproduzir na velocidade que lhe oferece a banda larga da Tecnologia da Informação. Seus operadores se revezam para acompanhar o movimento dos mercados que não descansam (enquanto é noite no Brasil, é dia na Austrália, na China e no Japão, e vice-versa), sempre em busca da melhor oportunidade para vender ou comprar ativos. O mercado, esse ente abstrato, é manipulado (este é o melhor termo para denominar suas operações) por profissionais de menos de 30 anos, graduados nas melhores universidades dos seus países. Funcionários de fundos de investimento ou de corretoras de valores mobiliários, eles administram grandes fortunas de terceiros. A cada ganho extraordinário do cliente, são premiados com valores milionários.

Toda a introdução acima tem o objetivo de justificar a informação de que ontem, sexta-feira, 8, na boleia da notícia de que o barco da transição do governo dos EUA entrou na baía da tranquilidade e de que, no Brasil, o Instituto Butantan e a Fiocruz pediram à Anvisa autorização emergencial para utilizar suas vacinas Coronavac e Oxford/Astrazeneca - a Bolsa B3 deu um salto que passou dos 125 mil pontos.

A notícia sobre as vacinas levou as ações das empresas do setor de saúde a grandes altas. Às 17h30, os papéis do grupo cearense Hapvida - dono de um dos maiores planos de saúde do País - registravam ganhos de 24%, algo extraordinário. Causa: um fato relevante publicado à tarde, no qual seu vice-presidente Maurício Teixeira revelava que o Hapvida propôs à Notre Dame Intermédica a fusão de negócios.

Outra cearense, a M. Dias Branco, da área de alimentos, também registrava alta de suas ações, aproveitando-se da onda a favor e mantendo estáveis seus ativos.

Mas é preciso ter cautela. O mercado de capitais vive da especulação. Tudo, mas tudo mesmo, é motivo para fazer subir ou descer as cotações. Ontem, foi um dia de alta nas bolsas do mundo. Hoje, isso poderá ser revertido. No Brasil, bastará, por exemplo, que a Anvisa negue autorização para o uso emergencial da Coronavac ou da vacina da Oxford, o que, evidentemente, não acontecerá, pois seria o mesmo que jogar gasolina para apagar o incêndio da crise da pandemia. Mas voltemos ao início deste texto para lembrar, outra vez, que o capital não tem coração nem pátria.

No próximo dia 13, NO Perímetro de Irrigação Tabuleiros de Russas, na área cultivada pelo agricultor e pecuarista Raimundo Reis, será iniciada a colheita de um interessante projeto de mandioca. Ele incorporou novidades tecnológicas que serão reveladas na ocasião. É a produção de forrageira nutritiva para o gado leiteiro.

Segundo a mídia, não tem eficácia comprovada no tratamento anti-Covid o medicamento Ivermectina. Os hospitais de Fortaleza - os dos planos de saúde no meio - pensam o contrário, pois no seu protocolo esse remédio está preceituado, junto com a Azitromicina e, também, em alguns casos, a já famosa Hidroxicloroquina. E agora?