Banco do Brasil dispensa licença ambiental para financiar camarão no Ceará

A superintendente do BB, Priscila Requejo, disse a empresários agropecuaristas que a linha de crédito disponível para os pequenos carcinicultores cearenses de camarão tem teto de R$ 250 mil para custeio e de R$ 420 mil para investimento.

Atenção, produtores rurais pronafianos – isto é, integrados ao Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf) – e hoje dedicados à carcinicultura, ou seja, à criação de camarão em cativeiro!

A superintendência do Banco do Brasil no Ceará acaba de receber instrução de sua alta direção, segundo a qual está dispensada a apresentação de licença ambiental para a obtenção de financiamento para o custeio e o investimento. para pequenos projetos de carcinicultura na geografia cearense. 

Esta informação, transmitida ontem pela superintendente do BB no Ceará, Priscila Requejo, a um grupo de 25 empresários cearenses da agropecuária com os quais se reuniu por um par de horas, é consequência de decisão do governador Elmano de Freitas que, há dois meses, prometera providências para reduzir ao mínimo a burocracia da Semace relativa à emissão da licença ambiental para a carcinicultura.

Sob aplausos, Priscila Requejo disse aos agropecuaristas que as 243 agências do Banco do Brasil no Ceará já estão instruídas no sentido de cumprir a instrução da alta direção da instituição. 

E disse ainda que a linha de crédito disponível para os pequenos produtores cearenses de camarão tem um teto de R$ 250 mil para o custeio e de R$ 420 mil para investimento.

O presidente da Federação da Agricultura e Agropecuária do Ceará, Amílcar Silveira, presente à reunião, fez questão de parabenizar o governador Elmano de Freitas que, em curto prazo, atendendo a um apelo da Faec, tomou medidas que, com certeza, acelerarão os investimentos dos pequenos carcinicultores.

“Nossos pequenos carcinicultores, agora com sua situação ambiental regularizada e dispondo de crédito acessível no Banco do Brasil, terão uma só preocupação: aumentar sua produção, conquistar novos mercados e consolidar-se como produtores de camarão, e é isto o que deseja a Faec”, disse Amílcar Silveira.

Durante sua fala aos empresários da agropecuária cearense, Priscila Requejo disse que o Banco do Brasil responde por 57,9% do crédito rural no país, o que significa uma montanha de dinheiro de R$ 322 bilhões. 

Mas ela surpreendeu o auditório ao revelar que, desse total, o Ceará participa com apenas R$ 1 bilhão. E fez um apelo no sentido de que, em novembro de 2024, ela possa celebrar com os mesmos empresários pelo menos a duplicação desse volume, para o que “o Banco do Brasil está à sua disposição”.

Priscila informou que o BB tem no Ceará três superintendências comerciais – uma em Fortaleza, outra em Sobral e mais outra em Juazeiro do Norte. Nessas superintendências e nas suas 243 agências espalhadas por 77% dos municípios do estado, o Banco do Brasil tem 1.952 funcionários, um contingente que, para os empresários, é considerado pequeno para as demandas dos seus clientes pessoas físicas e jurídicas.

No final da reunião, o presidente da Faec perguntou por que o Banco do Brasil não patrocina feiras agropecuárias. Priscila respondeu, dizendo que, embora não haja recurso disponível para esse tipo de patrocínio, o banco está sempre presente, com estande e equipe próprios, às exposições agropecuárias. 

Depois de encerrado encontro, Priscila Requejo – que estava acompanhada de dois assessores especializados em agropecuária e em crédito para o setor – atendeu a vários empresários, que lhe apresentaram algumas demandas, algumas das quais serão tratadas em reuniões já agendadas na superintendência do Banco do Brasil, em Fortaleza.

Edson Brok, produtor e exportador banana, comentou que a reunião com a superintendente do BB no Ceará “superou as expectativas, graças à simpatia de Priscila, ao seu pleno domínio das questões ligadas à agropecuária, à sua liderança e, também, pela qualidade do seu time de auxiliares, que, como ela, dominam plenamente as questões ligadas ao crédito”.