Betelgeuse é a estrela alfa da constelação do Órion, o gigante caçador da mitologia grega. Seu nome significa ombro do gigante, fazendo referência ao seu lugar na famosa constelação. É uma supergigante vermelha (Tipo M) sendo 887 vezes maior do que o nosso Sol. Viajando de avião sobre a superfície da mesma, seriam necessários quase 7 meses para dar uma volta.
A estrela se tornou muito conhecida após astrônomos anunciarem que ela está prestes a explodir. Porém, “prestes” na escala de vida das estrelas representa alguns milhares de anos. Se acontecesse, ela se tornaria uma super nova e seu brilho seria visto até de dia. Por isso, as notícias sobre Betelgeuse são tão animadoras. Mas enquanto a explosão não acontece, outro fenômeno escolheu justamente esta estrela.
Não é o caso do evento do início desta semana, trata-se de uma ocultação. Ocultação é quando um astro mais próximo da Terra fica na frente de um astro mais distante e o esconde completamente. Existe a ocultação de Júpiter pela Lua, por exemplo. Também os asteroides podem ocultar estrelas.
Neste caso, Betelgeuse será ocultada pelo Asteroide 319 Leona, que está no cinturão de asteroides entre as órbitas de Marte e Júpiter. O Asteróide tem 80 km, o suficiente para ir de Fortaleza a Paracuru. Ele é bem menor do que Betelgeuse, mas ele conseguirá ocultá-la porque está muito mais próximo de nós, a 4.1 unidades astronômicas.
O 319 Leona está previsto para passar em frente a estrela às 22h17min horário de Brasília. Contudo, o evento não será visível do Brasil. Será visível de uma faixa estreita passando pela Ásia, Mar Mediterrâneo, Itália, Espanha, Oceano Atlântico e Sul dos EUA na Flórida. Os cálculos preveem uma duração de apenas 15 segundos.
O momento de ocultação como este pode ser aproveitado pelos astrônomos para estudar tanto a estrela quanto o asteroide. Na entrada, quando a parte mais luminosa da estrela for encoberta, ficará visível apenas a sua superfície. Será um bom momento de analisar a atmosfera da supergigante. Também poderemos ver a silhueta do 319 Leona revelando sua verdadeira forma.
Concluindo, a estrela supergigante vermelha da Constelação de Orion não irá nos deixar agora, mas ainda aguardemos a sua despedida triunfal ao se tornar uma supernova e formar uma linda nebulosa, talvez em forma de borboleta, como se fosse a sua metamorfose.