Juan Pablo Vojvoda errou na derrota do Fortaleza por 2 a 0 sobre o Santos, na noite da última quinta-feira (25), na Vila Belmiro. Mas não só ele. O resultado e a atuação vão além do comandante argentino, que tem, sim, sua parcela de responsabilidade, mas esta Coluna não é adepta a extremismos e individualizar a culpa é uma radicalização errada.
Muitos torcedores, principalmente nas redes sociais, elevaram o tom da crítica ao técnico. Vojvoda errou em jogos anteriores, também, é verdade. Mas a torcida não pode achar que ele é um Rei Midas, em que tudo que toca vira ouro. Ele erra e isso é normal. Faz parte.
O próprio Vojvoda acostumou mal o torcedor pelo início espetacular de trabalho, mas ninguém pode esquecer que ele é um ser humano e vai cometer erros, algo absolutamente normal para um treinador.
Após um 1º tempo em que o Fortaleza foi bem, inclusive superior ao Santos, o time voltou do intervalo bem abaixo. Quando o jogo ainda estava empatado, já jogava ruim. Baixou demais as linhas e chamou muito o Peixe, que cresceu no jogo pela falta de imposição do time visitante.
Vendo o time sem reação e nitidamente sentindo o desgaste físico, o treinador leonino demorou a mexer. Não fez substituições e viu o adversário martelar até abrir o placar. Somente aí, então, resolveu fazer mudanças no time.
E mesmo assim mexeu mal. Nenhuma das alterações foi capaz de alterar a dinâmica do time, que terminou a 2ª etapa sem nenhuma finalização na direção do gol defendido por João Paulo. A intensidade de outrora inexistiu e a sensação foi de que o cansaço bateu forte e ninguém que saiu do banco entrou bem.
Outros erros
Mas a construção do placar, que passa naturalmente pelo desempenho da equipe, vai além de Vojvoda. Foi uma partida cheia de erros individuais dos jogadores. O pênalti cometido por Ronald foi bizarro (e claríssimo). O gol desestruturou de vez o Fortaleza no jogo. Após o 1x0 do Peixe, o Tricolor não acertou mais nada.
O Fortaleza teve uma precisão de acerto nos passes abaixo de 80% (ficou em 76%, acertando 253 dos 335 tentados). Foram muitos erros que culminaram em jogadas desconexas e falta de poder ofensivo.
Os homens de frente foram pouco municiados e, quando a bola lá chegava, não havia condições de uma situação clara de finalização com perigo.
Em resumo
Vojvoda tem, sim, sua parcela de responsabilidade, como o comandante do time. Mas não dá pra colocar o resultado ou a atuação só na conta dele. Foi, também, um jogo de muitos erros individuais dos atletas. Sem radicalismo.