Análise: atuação dos goleiros define empate em Clássico-Rei que Fortaleza foi superior ao Ceará

Primeiro Clássico-Rei do ano terminou 1 a 1 e muito disso por conta dos goleiros

O primeiro Clássico-Rei de 2022 foi decidido pelos goleiros. Neste sábado (5), as atuações de Fernando Miguel, pelo lado do Fortaleza, e João Ricardo, pelo lado do Ceará, foram determinantes para o placar de 1 a 1, no primeiro contronto entre as equipes nesta temporada, realizado na Arena Castelão.

No decorrer dos 90 minutos, o Tricolor foi bem superior. Teve mais posse de bola, finalizações, criatividade na fase ofensiva e chances claras para marcar. Algo até natural e imaginável, pelas dificuldades do lado alvinegro (falo mais sobre isso abaixo) e pelo fato de ser um time mais entrosado.

Enquanto o Fortaleza teve apenas 2 novos jogadores entre os titulares (Fernando Miguel e Moisés), com todo o restante sendo remanescente de 2021 e, por tanto, sendo um time mais pronto, o Ceará teve muitas mudanças, com cinco contratados como titulares (Michel Macedo, Lucas Ribeiro, Victor Luís, Richard e Zé Roberto) e três jogadores importantes voltando de Covid-19 (Luiz Otávio, Lima e Vina). 

Aí que entra, também, o peso da atuação dos arqueiros.

Longe de querer cruxificar Fernando Miguel, que é bom goleiro, experiente e será o titular do Tricolor em 2022, mas é fato que o frango tomado logo aos 14 minutos do primeiro tempo, no cruzamento de Mendoza que foi na direção do gol, teve interferência direta no resultado. O colombiano, que não tinha nada a ver com isso, celebrou o primeiro gol dele no ano.

De resto, o camisa 16 leonino não foi muito exigido, já que o Ceará pouco ameaçou efetivamente. A melhor chance do Alvinegro foi aos 23 minutos do 2º tempo, quando Zé Roberto chutou cruzado e a bola passou perto da trave.

Na outra meta

Por outro lado, João Ricardo foi bastante exigido e trabalhou bem demais. O camisa 1 foi o melhor não apenas do Ceará, mas do jogo. Foi o grande nome do clássico com ao menos quatro defesas importantíssimas e evitou a derrota alvinegra ao parar as investidas de Igor Torres, Yago Pikachu, Titi e Depietri.

A partida de João Ricardo deve ser ainda mais destacada pelo desempenho ruim do sistema defensivo do Ceará. Michel Macedo foi mediano, Luiz Otávio não foi bem, Lucas Ribeiro e Victor Luís foram bem abaixo. Isso fez com que o goleiro de 33 anos ficasse bastante exposto em vários momentos. Mesmo assim, foi sempre muito seguro.

Ele só não foi capaz de evitar o chute de Moisés, que empatou o jogo aos 35 minutos do 1º tempo, ao receber ótimo passe de Ronald, limpar a marcação e, da entrada da área, acertar um belo chute no canto, sem chance de defesa.

O camisa 21, aliás, foi o principal destaque do lado leonino. Se movimentou, buscou o jogo o tempo inteiro, foi participativo  e venceu quase todos os duelos 1x1. Além do gol. Estreante em Clássico-Rei, ele foi ótimo no 1º jogo que fez como titular.

A se considerar

Foi apenas o 2º jogo do Ceará na temporada. O Alvinegro enfrentou vários problemas, como jogadores com Covid-19, outros lesionados ou em transição, e a preparação para a partida foi longe de ser das mais tranquilas. O aspecto físico e de ritmo de jogo também ficaram evidentes.

Mas o Clássico-Rei serviu, também, para algumas observações sobre os aspectos que precisam ser corrigidos. Como o ataque, por exemplo, que não é de hoje que se fala e claramente precisa evoluir.

Já o Fortaleza fez apenas o 3º jogo do ano, mas não teve tantas dificuldades como o rival, e levou a melhor nestes quesitos, se sobressaindo dentro das quatro linhas. Foi superior tática, técnica e fisicamente.

É ainda início de temporada, ajustes serão feitos e os trabalhos tendem a evoluir.