O avanço das criptomoedas no Brasil é notório. Em terras brasileiras as criptomoedas vêm ganhando espaço na preferência dos investidores em velocidade impressionante. No mesmo sentido, mas em outro vetor, o mercado brasileiro evolui de forma sistemática e com uma sofisticação invejável.
Diferentes maneiras de investir em criptomoedas
A forma tradicional, se é que podemos usar dessa forma, em que o investidor adquire as criptomoedas nas chamadas Exchanges, é apenas uma das maneiras de se transformar em investidor das moedas digitais.
Os investidores ainda têm a opção de ter exposição em criptomoedas por meio de fundos de investimentos e também pelos chamados Exchange Traded Funds (ETF´s) com estratégia de criptoativos, em que o HASH11 é o de maior sucesso no Brasil, alcançando atualmente a marca de R$ 2,7 bilhões de patrimônio líquido.
Para entender melhor das diferentes formas de investir em criptomoedas, convido você para a leitura de "Como Comprar Bitcoin?"
Diante do cenário de avanço das criptomoedas nos mercados, mas ainda com carência de informações mais robustas, naturalmente acende o interesse por pesquisas de maior rigor científico, onde a academia, se utilizando de metodologias mais sólidas, busca entender essa nova forma de investimentos.
Criptomoeda e a Ciência Financeira
A Escola de Economia de São Paulo da Fundação Getúlio Vargas, em parceria com a gestora de investimentos Hashdex, desenvolve atualmente a pesquisa intitulada “Percepção e motivação de investidores brasileiros quanto a criptoativos", e tem como objetivo, de forma geral, mapear o perfil dos investidores em criptomoedas.
A pesquisa pretende verificar, se existe, a diferenciação de investidores tradicionais e aqueles de criptomoedas, identificar perfil de idade, gênero, conhecimento, exposição à riscos e percepções sobre a economia brasileira. Os pesquisadores, evidentemente, também pretendem avaliar hipóteses de finanças comportamentais.
Raio-X dos investidores em criptomoedas
Por meio de questionários aplicados em escritórios de agentes autônomos de investimentos, é possível já obter um raio-x dos investidores em criptomoedas.
A pesquisa realizada identificou que 77% dos respondentes são homens; a faixa etária dominante de 30 a 39 anos; mais da metade detém conhecimento em economia e finanças; e 36,1% são de perfil “amante do risco”, ou seja, estão fortemente inclinados a riscos com objetivo de elevar os retornos.
O conhecimento em criptomoedas mostrou-se maior entre os investidores: mais jovens; de perfil de risco agressivo; e detentor de curso superior relacionado a finanças.
Uma pergunta interessante foi realizada na pesquisa: Supondo que esse mês você tenha uma renda adicional, em qual dos investimentos você preferiria alocar essa renda?
As ações foram as preferidas, e, na sequência, vêm os títulos privados (CDB, LCA, LCI, etc.). Contudo, logo em seguida já surgem as criptomoedas na preferência dos investidores, desbancando opções tradicionais como câmbio e tesouro direto.
Sob a ótica do cenário econômico, a pesquisa da FGV captou que os otimistas em relação à economia brasileira são o maior grupo entre os que pretendem investir em ações. Já os pessimistas predominam entre os investidores a preferência por títulos privados, câmbio e criptoativos.
Apesar da difusão do conhecimento sobre as criptomoedas na atualidade, foi verificado na pesquisa que apenas 16% dos respondentes identificaram corretamente as 3 siglas que correspondem a criptomoedas da pesquisa(você conhece BTC, ETH e XRP?). Os grupos de 39 anos de idade ou menos, foram aqueles que evidenciaram maior nível de conhecimento de criptomoedas.
A pesquisa da FGV com a Hashdex está em andamento e novas informações devem ser publicadas em breve.
Grande abraço e até a próxima semana!
*Este texto reflete, exclusivamente, a opinião do autor.