O dólar não para de subir nesse final de 2024, e dessa vez não é apenas mais um movimento passageiro do mercado. O retorno de Donald Trump à Casa Branca trouxe um novo tempero para essa alta, com Wall Street apostando que suas políticas vão manter o dólar forte. Entre as cartas na manga do novo governo estão cortes de impostos e uma postura mais dura nas relações comerciais, especialmente com a China.
O mercado financeiro já precifica essas mudanças, com investidores correndo para se proteger em ativos americanos. A expectativa é que Trump mantenha sua conhecida postura "America First", o que tradicionalmente fortalece a moeda americana. Mas esse não é o único motivo para o dólar renovar máximas todos os dias nas últimas semanas.
OUTROS FATORES POR TRÁS DA ALTA
Os títulos do Tesouro americano estão pagando juros tão atrativos que até investidor conservador está de olho. É como um ímã atraindo dinheiro do mundo todo, com muita gente preferindo a segurança do Tio Sam neste momento de incertezas globais.
Além disso, as promessas de Trump de sobretaxar produtos chineses devem reduzir importações americanas. Na prática, isso significa menos dólares circulando fora dos EUA, tornando a moeda ainda mais valiosa. O cenário começa a lembrar seu primeiro mandato, quando o dólar manteve-se consistentemente forte.
BRASIL NA BALANÇA
O Brasil também tem sua parcela de culpa. Nos últimos meses o Governo falhou em apresentar propostas de cortes de gastos decentes – o que acabou aumentando o déficit fiscal do nosso país e obrigando ele a aumentar as taxas de juros.
O caminho que nosso país está tomando é aquele mesmo do seu vizinho que gasta mais do que ganha. Uma hora a conta não fecha e ele precisa começar a se desfazer dos seus bens para pagar as contas básicas de casa – ou ele faz isso ou logo faltará o que comer.
O Governo até apresentou uma proposta de corte de gastos – com direito a transmissão na TV do anúncio feito pelo Ministro da Fazenda. Mas os cortes propostos são insuficientes para o Brasil ficar com as contas no azul. O resultado já conhecimentos: desde o anúncio do Governo, o dólar não para de subir.
IMPACTOS NA ECONOMIA
Para o Brasil, é aquela história de dois lados da moeda. Exportadores brasileiros comemoram: quando vendem seus produtos lá fora, cada dólar vira mais reais no caixa. Já para quem depende de importações, a conta não para de subir.
O Banco Central brasileiro enfrenta um desafio e tanto. Com produtos importados mais caros, a inflação tende a subir, podendo forçar o BC a manter juros mais altos por mais tempo. É um efeito dominó que afeta toda a economia. O BC aumentou a taxa Selic na semana passada em 1% e já avisou: deve fazer isso novamente nas próximas duas reuniões em 2025.
PENSANDO NO LONGO PRAZO
Se o dólar continuar nessa toada, os países emergentes podem enfrentar tempos desafiadores. Dívidas em dólar ficam mais pesadas, e existe o risco de investidores preferirem a segurança dos EUA, retirando capital de mercados como o Brasil.
Para nossa economia, isso significa necessidade de ajustes importantes. O governo e o BC precisarão de jogo de cintura para navegar essas águas turbulentas sem comprometer o crescimento econômico.
Para quem investe, o momento pede estratégia. Diversificar investimentos nunca fez tanto sentido, e entender sua exposição ao dólar torna-se crucial. Vale a pena ter sempre um olho nas políticas americanas – afinal, o que Trump decidir em Washington pode impactar diretamente seu bolso aqui no Brasil.
O cenário exige atenção constante, mas também oferece oportunidades. A chave é encontrar o equilíbrio entre proteção e aproveitamento deste novo momento do mercado global.
Disclaimer: Esta matéria tem finalidade unicamente informativa, de natureza educacional e não produzida com o intuito de servir como recomendação para produtos ou estratégias de investimento.