A crescente demanda pelo benefício, a redução da força de trabalho e a necessidade iminente de uma nova reforma colocam em xeque o futuro da previdência social no Brasil.
Nos últimos 30 anos, o Brasil já teve sete reformas na previdência – e tudo indica que já precisamos de mais uma.
O INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) tem enfrentado um aumento significativo no número de solicitações de novas aposentadorias e benefícios previdenciários nos últimos anos. Por outro lado, o número de pessoas que contribuem com o INSS não cresceu na mesma medida, o que está pressionando as contas do órgão.
Esse descompasso entre os benefícios pagos e as receitas arrecadadas pressiona as contas do sistema previdenciário brasileiro – um sistema que já enfrenta dificuldades em manter o equilíbrio.
Menos pessoas contribuindo
Segundo levantamento realizado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), hoje existem menos de dois trabalhadores ativos para cada beneficiário da Previdência Social. O mesmo estudo mostrou que essa razão deve ficar abaixo de um até 2051, se nada for feito – o que implica em mais beneficiários do que contribuintes.
A relação entre o número de trabalhadores ativos e o número de aposentados é um fator crucial para a sustentabilidade do sistema previdenciário. O número de pessoas em idade produtiva está diminuindo, e isso tem diversas causas.
Entre as razões, destaca-se a queda nas taxas de natalidade, um fenômeno global que também afeta o Brasil. Menos nascimentos hoje significam menos trabalhadores no futuro, resultando em uma base contributiva menor para sustentar os aposentados.
Além disso, a informalidade no mercado de trabalho e o desemprego elevado também contribuem para a redução da arrecadação. Menos trabalhadores formais resultam em menos contribuições para o INSS, agravando ainda mais a situação financeira do sistema.
Economia da última Reforma já foi gasta
A última reforma da Previdência, aprovada em 2019, tinha como objetivo melhorar a sustentabilidade do sistema. Contudo, os recursos economizados com as novas regras já foram praticamente esgotados. As mudanças implementadas proporcionaram um alívio temporário, mas não resolveram os problemas estruturais.
A reforma elevou a idade mínima para a aposentadoria e ajustou o cálculo dos benefícios, medidas que ajudaram a reduzir o déficit a curto prazo. Entretanto, sem um aumento significativo na base de contribuintes, os ganhos obtidos foram insuficientes para garantir a solvência do sistema a longo prazo.
Agora, já se discute a necessidade de uma nova reforma. Especialistas apontam que, sem mudanças adicionais, o INSS continuará a enfrentar dificuldades financeiras cada vez maiores.
Nova reforma a caminho
A discussão sobre uma nova reforma da Previdência já está em pauta. Os desafios são claros: é necessário encontrar um equilíbrio sustentável entre a arrecadação e o pagamento de benefícios. Sem uma intervenção, o sistema corre o risco de colapsar, deixando milhões de brasileiros sem uma segurança financeira na velhice.
Entre as propostas em discussão, estão a revisão das alíquotas de contribuição, a ampliação da base contributiva e a criação de incentivos para a formalização do trabalho. Essas medidas visam aumentar a arrecadação e melhorar a equidade do sistema.
Outra proposta é a criação de fundos complementares de aposentadoria, que permitiriam aos trabalhadores acumular uma poupança adicional, diminuindo a dependência exclusiva do INSS. Este modelo híbrido pode ser uma solução viável para a sustentabilidade a longo prazo.
Comece a investir para o seu futuro
A realidade é que se aposentar pelo INSS vai se tornar um desafio cada vez maior. As mudanças demográficas, a economia estagnada e a estrutura atual do sistema apontam para um futuro incerto.
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Disclaimer: Esta matéria tem finalidade unicamente informativa, de natureza educacional e não produzida com o intuito de servir como recomendação para produtos ou estratégias de investimento.
*Este texto reflete, exclusivamente, a opinião do autor.