Maria da Penha é um exemplo de mulher, de força e de resistência. A história desta cearense serve como ensinamento para proteger e se fazer cumprir os direitos fundamentais das mulheres, contra a violência de gênero. Ela sofreu todo tipo de agressão do marido, tanto física como psicológica. Sofreu algumas tentativas de feminicídio pelo companheiro, como um tiro disparado pelo marido que a deixou paraplégica. Da Penha fez de sua dor não só sua luta, como a de todas as mulheres brasileiras que sofrem violência doméstica de seus companheiros ou de ex-companheiros.
Escolhi este tema, pois, na última semana, ouvi relatos de casos como este cometidos por homens do esporte. Não podemos nos calar e deixar de protestar contra a covardia e a impunidade de atos de violência contra as mulheres. E muitas vezes os atos de truculência acontecem em frente aos próprios filhos, que tentam proteger a mãe e acabam também sofrendo agressões que marcam suas histórias.
A violência contra a mulher cresceu mais ainda desde o ano passado, quando a pandemia começou e muitas mulheres sofreram mais por estarem em isolamento.
Comparando nós humanos a uma tartaruga marinha, constatamos que precisamos de dezenas, senão centenas, de anos para termos a capacidade de distinguir o melhor caminho a ser seguido, enquanto a tartaruga sai da casca quando nasce, corre direto para o mar e mostra que está pronta para a vida, sem errar o caminho ao seu destino natural.
A capacidade de pensar, escolher e evoluir da nossa espécie humana acontece de diversas formas, através da educação familiar, acadêmica e esportiva, esta última é a que quero enfatizar. Ganhar e perder, ter disciplina e respeito, são ensinamentos que não devem permitir que esportistas cometam atos como o de violência contra a mulher.
A humilhação é o início da violência contra o gênero feminino, seguida por agressões e tensão em um relacionamento abusivo do homem em relação à mulher. Quando este crime é praticado por desportistas, ele macula os ensinamentos de altruísmo, justiça e igualdade que o esporte transmite.
O basquete nacional e todos os membros que dele fazem parte não podem permitir que atos de violência contra a mulher aconteçam e que fiquem impunes.
Chega de covardia e violência de todo tipo contra o gênero feminino. Que a justiça cumpra o seu dever de punir homens que cometam atos de ódio. E que possamos construir uma sociedade pacífica e solidária. Não só as mulheres, mas nós, homens, também precisamos nos manifestar contra atos criminosos e de injustiça contra as mulheres para que crimes de feminicídio não continuem acontecendo!
Para haver a evolução da espécie humana, é preciso existir bondade, paz e amor.
*Esse texto reflete, exclusivamente, a opinião do autor.