Não é só sobre esporte, foi muito emocionante a manifestação do público que esteve no estádio de Wimbledon, na Inglaterra, na última segunda-feira (28). Antes do início da partida entre os tenistas Novak Djokovic e Jack Draper, o locutor anunciou e agradeceu a presença da cientista Sarah Gilbert, líder das pesquisas e uma das profissionais responsáveis pelo desenvolvimento da vacina Oxford/AstraZeneca contra a Covid-19, e também de membros do National Health Service - NHS (SUS da Inglaterra), que prestigiavam a 3ª fase do Grand Slam 2021.
A reação do público foi uma catarse de aplausos sincronizados, que durou cerca de 10 minutos, de pé, as pessoas expressaram de forma plácida e enérgica seu agradecimento e o reconhecimento da importância destes profissionais que, por meio de muito estudo e ciência, se dedicam à vida da humanidade. Foi uma cena marcante, que ficará nos registros históricos desta época.
Os ingleses são conhecidos pela sua boa educação, pela polidez, pela pontualidade e por oferecerem serviços públicos de qualidade. Na marcante homenagem aos profissionais da Saúde esta semana, os britânicos e estrangeiros presentes no estádio mostraram a importância da Educação e do reconhecimento aos verdadeiros heróis da sociedade, os cientistas.
Este fato foi também um enorme cala-boca aos nefastos que desmerecem a vida do próximo e só pensam em si e em seu clã. O mundo está em ruínas, principalmente pela falta de solidariedade e de reconhecimento à ciência, à cultura e ao esporte.
A ansiedade toma conta de mim, não vejo a hora de nos situarmos de forma saudável neste mundo tão artificial, dominado por arbitrariedades, desorientação e contrariedade dos cidadãos que se deixam levar por ideologias preconceituosas, que desrespeitam as diferenças individuais e peculiaridades de cada ser.
O mundo deve ser colorido e com um amplo horizonte de caminhos e escolhas. O meu desejo pode ser visto como inalcançável, mas quero muito que as nações sejam/estejam unidas.
Estamos a menos de um mês do início dos Jogos Olímpicos de Verão de Tóquio. Quando eu era jovem, sentia que este momento era de paz, união e que o esporte exaltava valores de bem viver, de integração, que só o esporte é capaz de propiciar.
Não foi só a pandemia que atrasou os Jogos de Tóquio por um ano, mas também a falta de responsabilidade de alguns dirigentes, ao tratarem o esporte como um negócio. Transformaram o olhar em relação ao esporte ao deixarem de lado valores de humanidade, de igualdade, e celebração da vida com a união dos povos neste evento multicultural realizado a cada quatro anos.
Há 10 anos, quando trabalhei para gerar o Basquete Cearense, tinha a sensação de estar participando de uma corrida contra o tempo e contra adversidades mil, diziam que era uma utopia da minha cabeça concretizar o desejado e chegar na reta final desta competição de maratona. Mas, com todas as dificuldades e superação que uma maratona exige, consegui chegar até a reta final, com o apoio e o trabalho de uma equipe de profissionais super gabaritados.
Uma década depois, aqui estou e faço um retrospecto das tantas conquistas que alcançamos neste voo veloz do Carcará, tanto pelo céu, como pela terra e pelas quadras. Ainda sinto que este voo pode desbravar novos horizontes, alçar mais conquistas.
Para podermos desenvolver e dar ainda mais força para este pássaro, precisamos de apoio financeiro, para, desta forma, viabilizarmos o que sonhamos para o basquete e também para o povo do nosso Estado do Ceará, que dá o exemplo de boa gestão, com a velocidade em que vacina os seus cidadãos.
Não vamos deixar o Carcará morrer, venha conosco, vamos voar juntos.
*Esse texto reflete, exclusivamente, a opinião do autor.