A vida é resistência e liberdade

Desde pequeno, fui conduzido pela garra para ultrapassar o medo e assim sigo. Acreditar em si é amor próprio. A vontade de conhecer o novo e admirar a complexidade da vida ajuda a superar os momentos difíceis através de escolhas internas e me faz visualizar um novo caminho para dar a volta por cima dos percalços que aparecem. A inércia tira o melhor de nós, que é a vida.

“Tenha fé em Deus, tenha fé na vida”. Esta frase da música clássica de Raul Seixas soa bem nestes momentos reversos.

Momentos de lazer, que nos dão alegria, nos fazem suspender por algumas horas ou dias os problemas da pressão e correria do dia-a-dia, são importantes para descansar a mente. Assistir ao Fluminense jogar impecavelmente, pela Taça Libertadores da América, e vencer o time argentino do River Plate por 3x1, no estádio Monumental de Núñez, na última terça-feira, me fez vibrar e me deixou muito feliz. 

Observar as nuvens se dispersarem e deixarem o céu azulzinho esta manhã me deu uma sensação boa, como um filme de animação que acontece na tela do mundo real, bem ao alcance dos meus olhos.

Passamos por tempos difíceis, que ficarão marcados na história universal, assim como outros fatos que ficaram marcados em alguns povos e até na pele de algumas pessoas, como foi o nazismo, com a perseguição aos judeus, que passaram pelo Holocausto. Como aconteceu com a bailarina Edith Eva Eger, sobrevivente deste terrível momento, foi perseguida pelo grupo de extremistas nazistas, na Segunda Guerra Mundial, a deixaram presa no campo de extermínio em Auschwitz, construído pelos nazistas na Polônia. 

Hoje, aos 93 anos, ela é psicóloga e lançou um livro recentemente: “A liberdade é uma escolha”, que me inspirou muito. A mensagem que ficou em mim foi a de que morrer é fácil, viver é desafiador. Eu gostei muito do título do livro, que tem coerência com a minha forma de viver. 

No livro ela fala que devemos conversar com o nosso eu e não nos martirizarmos ou nos cobrarmos tanto, mas sim sermos mais gentis e amorosos com nós mesmos.

Relaciono agora a minha paixão pelo meu Fluzão com a sabedoria de Edith Eva Eger, através da manifestação de amor que deixo aflorar em mim, afasto o ódio e outros sentimentos ruins. Com amor e garra sigo na construção da minha vida.

O que podemos definir como paz? Ela é subjetiva, já que cada um vê e sente a paz de uma forma diferente. Mas, além da paz individual, ela deve estar alinhada e comprometida com a paz coletiva. Qual é o meu papel na construção deste movimento em busca da paz? E na redução da desigualdade? O que posso fazer pelo coletivo, o que já faço?

Quando escrevo aqui sempre tenho a sensação de pertencimento na construção de reflexões entre os colunistas e leitores, o nome do veículo de comunicação expressa bem o que contamos por aqui, um relato do cotidiano, Diário do Nordeste. Sinto a responsabilidade que tenho ao usar as palavras de forma que elas atinjam e sejam interessantes para pessoas com todo tipo visão e filosofia de vida. E penso também no grãozinho que sou neste planeta Terra habitado por cerca de 8 bilhões de pessoas.

Nada pode nos conter quando vivemos com amor ao invés de vivermos com ódio. O pensamento flui com curiosidade quando buscamos sair da mesmice e da preguiça de pensar e criar por nós mesmos, ao invés de repetirmos o que já conhecemos através da cabeça de outros.

Viver é lutar! Persistir no que nos faz bem e fazer o bem para o outro também me faz bem. Por isso vivo o hoje com garra, pois a morte é certa, mas a vida é resistência e liberdade, que busco todos os dias.

*Esse texto reflete, exclusivamente, a opinião do autor.