A Paralimpíada de Tóquio mostra que não há limites para ser atleta e voar

A cerimônia de abertura da Paralimpíada de Tóquio 2020, que aconteceu esta semana, passou uma mensagem de que todos podemos voar alto. O tema foi  bem representado por uma menina de 13 anos, que interpretou um avião de uma asa, que era triste por não conseguir alçar voo. Mas com a ajuda de amigos descobriu que existem diversos jeitos se alcançar o que se deseja. E assim, o aviãozinho decolou. O esporte inclui as pessoas e é um excelente meio para superar dificuldades e encontrar suas habilidades e talentos. 

Quando fui convidado pelo canal de TV Sportv, para apresentar uma Paralimpíada, se não me falha a memória, acho que foi a de Pequim 2008, me empenhei nos estudos e aprofundei o meu conhecimento sobre a prática esportiva de pessoas com deficiência. Eu já trabalhei como professor de natação de crianças com síndrome de down, na década de 1990, num colégio no Rio de Janeiro, e, além de ensinar, também aprendi muito com os meus alunos, que tinham um fôlego de peixe e muita habilidade e força para nadar.

Os atletas paralímpicos voam alto com a força de suas mentes, seja na natação, no atletismo, no goalball, entre tantas outras modalidades nas quais competem e nos mostram que não há limites paraconcretizar o que se deseja.

Cada modalidade paralímpica propicia competições em categorias que reúnem atletas com diferentes tipos de deficiência, seja ela física, visual, auditiva, múltipla ou mental.

Moisés Batista é um amigo e um grande exemplo de pessoa e de ex-atleta paralímpico. Ele era nadador e também jogava basquete e rugby de cadeira de rodas. Ele foi classificado no grau 1 de deficiência, que é o mais alto, e competia com muita destreza e força. Batista nasceu com má formação congênita, tem os braços curtos e uma perna amputada.

Competiu internacionalmente por 20 anos e representou o Brasil na natação nos Jogos de Atenas, em 2004, de Pequim, em 2008, e de Londres, em 2012. Em 2011, foi medalha de prata nos Jogos Parapan-Americanos de Guadalajara, no México. Hoje em dia, ele é palestrante e trabalha no meio político em defesa dos direitos das pessoas com deficiência.

Quanto mais a pessoa se desenvolve espiritualmente e age honestamente, vai construindo o seu caráter e a sua boa índole. Dessa forma consegue alcançar os sonhos que tanto almeja. Ter um bom caráter é fundamental para ter boas conquistas. E, dessa forma, evoluir e se tornar uma pessoa humana e justa, e se elevar a um plano de vencedor pela sua trajetória de integridade.

Os primeiros Jogos Paralímpicos foram realizados em Roma, na Itália, em 1960, com 400 inscritos, de 23 países, que disputaram 55 eventos de cinco esportes. A Itália ficou em primeiro, seguida pela Grã-Bretanha em segundo e Alemanha Ocidental em terceiro. A primeira participação do Brasil em Paralimpíadas foi em 1972, na Alemanha.

A cerimônia de abertura dos Jogos de Tóquio 2020, despertou a atenção do público ao mostrar que todos podemos voar, concretizar sonhos e sermos mentores do nosso destino. Os atletas paralímpicos nos ensinam tantas lições de vida, de resiliência e de que é possível alçar altos voos de diferentes maneiras pela terra, pelo céu e pelo mar.

*Esse texto reflete, exclusivamente, a opinião do autor.