A três meses da entrada da tecnologia 5G no país, a indústria se prepara para receber a infraestrutura compatível com a quinta geração de internet móvel do Brasil. Já utilizada em cidades da China, Reino Unido e Estados Unidos, a tecnologia 5G chega com a promessa de conectar toda a cadeia de valor da indústria, representando um importante passo para o avanço da indústria 4.0 no país.
No Ceará, a Federação das Indústrias do Estado (FIEC), através do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai), já trabalha no desenvolvimento de sensores e outros equipamentos que funcionarão na era do 5G interligando dados de indústrias e empresas através da Internet das Coisas (IoTs) e APIs, sistema que representa a chave para conexão entre dispositivos.
Neste caminho de inovação, qualquer objeto será capaz de se comunicar, o que levará a indústria a um novo patamar. Equipamentos, a exemplo dos sensores que estão sendo desenvolvidos pelo Senai, irão funcionar de forma completamente integrada, facilitando o fluxo e abastecendo os industriais, empresários e gestores públicos de dados que podem aprimorar seus serviços, elevar sua produtividade e reduzir seus custos. A velocidade também ajudará muito neste processo, uma vez que o 5G oferece uma velocidade 10 a 20 vezes maior que o 4G.
Em suma, considerando toda a potencialidade e alta confiabilidade da conectividade sem fios, o setor industrial e toda a cadeia produtiva só têm a ganhar.
Em telecomunicações, 5G é o padrão de tecnologia de quinta geração para redes móveis e de banda larga que as empresas começaram a implantar em todo o mundo no final do ano de 2018. No Brasil, a implementação começou em 2021, com a realização de um leilão para conceder os direitos de exploração das faixas de frequência para empresas de telecomunicação. O edital do leilão do 5G contou com uma série de exigências. Entre elas, está a de que as empresas vencedoras implementem a tecnologia em todas as capitais do país até julho. Com isso, o Brasil passa a integrar a lista de mais de 60 países que possuem rede de 5G.
Especialistas de mercado estimam que, em 10 anos, essa tecnologia movimente mais de R$ 23 bilhões e crie cerca de 200 mil empregos, sendo o setor industrial um dos maiores beneficiados.
Marcos Soares é presidente do Centro Industrial do Ceará (CIC)