Sobre a participação da mulher na política

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O percurso na política como mulher é uma jornada complexa, repleta de desafios que exigem resiliência e determinação. No contexto do Partido dos Trabalhadores e das Trabalhadoras (PT) no Ceará, tenho construído minha trajetória, refletindo não apenas minha história pessoal, mas a de todas as mulheres que desafiam as expectativas impostas.

Ao longo dos anos, dediquei-me ao sonho coletivo de transformar a sociedade por meio do partido. Enfrentei desafios, sendo secretária geral do PT Ceará, membro do Diretório Nacional e vice-presidenta do PT de Fortaleza. Contudo, deparei-me com momentos desafiadores, nos quais meu desejo de contribuir foi posto à prova por companheiros que não reconheciam meu potencial naquele momento.

Em situações específicas, senti a necessidade de compartilhar sonhos que refletissem minha luta e visão, mas alguns não enxergavam meu potencial, desencadeando uma jornada de desafios e resistência. Recentemente, enfrentei um momento difícil ao ser retirada de um espaço de fala por não aceitar assédio sexual, experiência que expôs a persistência de atitudes que desconsideram o papel fundamental das mulheres na política, e, para a minha surpresa, dos meus líderes da época, tive o ensurdecedor silêncio.

Apesar das adversidades, permaneço firme ao lado daqueles e daquelas que reconhecem o valor das mulheres na política. No entanto, admito sentir uma falta de força recente. Mesmo assim, resisto à narrativa imposta e mantenho a esperança em meio às dificuldades.

Manifestei, publicamente, meu apoio à companheira Luizianne nas eleições municipais, destacando sua liderança excepcional e histórico vitorioso. A escolha pela Lôra representa a continuidade de uma luta essencial pela presença da mulher na política.

A condução partidária atual, que desconsidera nossa trajetória e luta, é uma força comum que nos une. Somos fortes, mas precisamos lutar, sonhar e resistir, exigindo respeito em todos os espaços. A jornada pela equidade é longa, mas cada passo é uma conquista, e escrevo isso como forma de resistência.

Que possamos superar desafios, inspirando-nos na resiliência das mulheres que desafiam normas, construindo um caminho mais inclusivo.

Sigamos, pois quem tem um sonho não dança.

Liliane Araújo é vice-presidenta do PT Fortaleza e secretária executiva de Políticas para as Mulheres do Ceará