Filosofia política

A ganância de determinados países motiva uma desconfiança que prejudica o entendimento, de um lado, e gera desigualdades e desequilíbrios políticos, econômicos, sociais e culturais, de outro. Surgem a exploração desordenada dos recursos naturais não renováveis, a miséria crescente de milhões de pessoas, a falta de solidariedade humana, a ausência da paz, dentre outros problemas.

O radicalismo tem influenciado de forma negativa as alterações de comportamento e de organização social. Corrupção, desemprego, miséria, endividamento e violência decorrem de movimentos radicais que não buscam soluções, mas modelos errôneos do ponto de vista socioeconômico e político. Observando-se o pensamento de filósofos clássicos, neoclássicos e modernos, nota-se uma preocupação básica com a verdade. Por outro lado, a hipocrisia é a chaga maior da atividade política.

A coerência programática, baseada em princípios cristãos, é um remédio capaz de combater essa doença. De acordo com Jacques Maritain: “O Cristianismo ensinou aos homens que o amor vale mais do que a inteligência” e mais “Se é correto afirmar que sempre haverá temperamentos de direita e de esquerda, também é correto afirmar que a filosofia política não é de direita nem de esquerda; ela deve simplesmente ser verdadeira”.

Por sua vez, a democracia é a forma de governo em que o povo exerce a soberania, comprometendo-se com a liberdade e a igualdade. A disputa democrática não pode ser eventual, mas permanente. Democracia não significa apenas votar. Trata-se de um processo bem mais amplo, em que a participação popular, a defesa das minorias e a pluaridade, o respeito aos dispositivos constitucionais são atitudes fundamentais.

Particularizando, o Estado brasileiro enfrenta momentos de dificuldades envolvendo os três Poderes Constituídos podendo comprometer, infelizmente, os objetivos fundamentais da República. É claro que os desajustes decorrentes dessa situação aflitiva se projetam nas estruturas da sociedade e da família.

Ademais, cria um clima de insegurança jurídica e de intranquilidade, aumentando os níveis de corrupção e violência- em todos os sentidos- na sociedade. A lei deve ser para todos, sem preconceito, respeitando-se a liberdade e atuando conforme as bases democráticas e constitucionais.

Gonzaga Mota é professor aposentado da UFC