Esboços da sucessão presidencial

Com declarações em público, alguns pleiteantes à sucessão de Jair Bolsonaro começam a abordar essa temática, cada qual apontando qualidades que possuem para encarar tão grande desafio, embora o atual chefe do Executivo já se disponha a buscar a reeleição, rivalizando com adversários integrantes de legendas portentosas, que se acham em condições de participar de uma batalha ciclópica, mobilizadora de todas as forças disseminadas pelos recantos do País. É o caso do presidente do Senado.

O atual ocupante da Primeira Magistratura há deixado bem clara a sua intenção de continuar como titular do Planalto, já que se diz alvo da nítida preferência de seus admiradores, conforme demonstrou na passada competição, quando surpreendeu com adesões inesperadas, baseadas em segmentos variados da população, que lhe deram estímulo suficiente para galgar a Curul presidencial, numa árdua contenda que ora tenta reprisar, respaldado por tarefas cumpridas ao longo de sua investidura, apesar de inúmeras dificuldades enfrentadas com firmeza e determinação, muitas das quais, ainda perdurantes no cenário nacional.

Por sua vez, Lula da Silva não mais esconde a pretensão de voltar a dirigir os destinos do Brasil, após obstáculos que soube ultrapassar, airosamente, a ponto de retornar ao palco da disputa com ampla perspectiva de lograr apoio do eleitorado brasileiro. Já o ex-ministro Ciro Gomes, não descansa em visitas constantes, marcando posição sobre temas da atualidade, considerando-se apto a debater com os demais competidores. Eduardo Leite, Governador do Rio Grande do Sul e João Dória, de São Paulo, predispõem-se a postular a indicação partidária, num duelo interno de difícil previsibilidade.

Nesse contexto – que não é imutável, pois outros poderão emergir – tudo dependerá, entretanto, da tendência popular, que oscila segundo as variações da massa votante, além dos acontecimentos de um prélio que se anuncia como imponderável.

Dentro de tal configuração, sujeita a alterações desse panorama ainda incerto, estarão concorrentes de peso, todos na mesma posição, devendo recordar a antiga musiquinha, que diz: “o meu destino será como Deus quiser...”.

Mauro Benevides é jornalista e senador constituinte

*Esse texto reflete, exclusivamente, a opinião do autor.