Brasil e o consumo de pesticidas

O Brasil é o único país a denominar os produtos, tanto químicos como biológicos, usados na proteção de plantas, como “agrotóxicos”. A nova legislação, já aprovada em Comissão Especial, propôs o termo “pesticida”. Não é o mais adequado, mas é melhor que “agrotóxico”, que possui conotação negativa.

O consumo dos produtos fitossanitários deve ser expresso na quantidade utilizada nas plantações e que pode ser mensurado em kg de ingrediente ativo por hectare (10.000 m²) e gramas por tonelada de alimento produzido. Não tem sentido expressar o consumo em termos de quantidade por habitante, já que não são aplicados nas pessoas, e sim nas plantas. O Sindiveg mostra que, em 2017, foram vendidos no Brasil 886.200 toneladas de produtos comerciais e 454.000 toneladas de ingredientes ativos (IAs).
As notícias que informam que cada brasileiro consome 5,2 litros de “agrotóxico” por ano não tem o menor sentido. E que o Brasil é o maior consumidor, também não tem base técnico-científica.

O Brasil é líder de vendas, mas tem uma área cultivada, e uma produção vegetal muito grande, o que confere um consumo “ranqueado”, no mundo, entre o 7º e 51º lugar, dependendo dos índices utilizados. Considerando kg de IA/ha, o valor no Brasil é de 3,2, enquanto na Holanda é 20,8; Japão, 17,5; Bélgica, 12; e Estados Unidos, 3.
As fake news afetam a imagem da agricultura brasileira para a população e para os importadores. O agro é importante em termos econômicos, sociais e, também, ambientais.

Não há evidências científicas de intoxicação de pessoas e problemas ambientais relevantes quando os pesticidas são usados corretamente. Assim, os alimentos produzidos no Brasil são considerados saudáveis e têm contribuído para uma vida mais longa e com boa qualidade dos brasileiros e da população mundial, que consome, cada vez mais, alimentos produzidos no Brasil.