Alzheimer: um desafio crescente na população brasileira

No Brasil, a doença de Alzheimer atinge cerca de 966.594 pessoas, correspondendo a 55% do total de casos de demências na população acima dos 60 anos, conforme um estudo da Abraz (Associação Brasileira de Alzheimer). Este mal, reconhecido pela perda de memória, é mais frequente em idosos e tem na idade um fator de risco crucial: quanto mais avançada, maior a probabilidade de desenvolver a doença.

O Alzheimer é uma demência, a mais conhecida pela população, e aprofundar a investigação médica é fundamental para determinar sua natureza. Enquanto algumas demências são reversíveis, como aquelas causadas por desequilíbrios hormonais, outras, como o Alzheimer, são progressivas e irreversíveis.

Sendo identificada uma perda de memória recente, sempre convém uma avaliação especializada já que este sintoma pode ser considerado uma característica marcante da Doença de Alzheimer. O paciente pode lembrar-se vividamente de eventos passados, mas esquecer fatos recentes, como a sua localização, trajetos e caminhos feitos habitualmente, nomes de objetos ou palavras comuns.

Além da idade, outras condições podem contribuir para o avanço do Alzheimer, como as doenças associadas, que podem adiantar naquele paciente que tem uma pré-disposição à doença: pressão alta, diabetes, depressão e traumas na cabeça. O diagnóstico é desafiador, pois não há um exame objetivo, exigindo uma abordagem multifacetada que inclui relatos do paciente, testes cognitivos e exames médicos, como a ressonância magnética ou líquor. É importante frisar que esta não é uma doença que se previne, mas podemos achar formas de retardá-la, principalmente com exercícios físicos, mantendo saudáveis as taxas de colesterol, da glicemia, fazendo exercícios cognitivos, lendo e cuidando da saúde mental de forma eficaz.

Temos avançado cada vez mais na ciência, porém, até o momento, o Alzheimer não tem cura. Diante desse cenário, é fundamental conscientizar e falar sobre a doença, que tem ganhado um espaço significativo no Brasil e no mundo, já que, de acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), os números de casos globais poderão chegar a 74,7 milhões, em 2030, e 131,5 milhões, em 2050.

Neudson Alcântara é neurologista do Emilio Ribas