A força dos partidos em outubro

Já próximas às convenções oficiais para o pleito de outubro, os partidos ainda correm na busca de apoio para o esboço de alianças robustas, sobretudo nas capitais e outras grandes cidades, tudo visando maior capilaridade para granjear a preferência da massa votante.

Legendas como PT, PL, MDB PSD, União Brasil, além de outras com notório poder de arregimentação, apoiam-se nos resultados obtidos na competição de 2022, quando as cincos elegeram as maiores bancadas na Câmara dos Deputados, posição que deverão tentar fortalecer na contenda municipal.

Numa repetição do cenário registrado na última eleição, as duas principais agremiações atuam num ritmo célere, ambas cacifadas na densidade eleitoral de seus grandes líderes, respectivamente Lula da Silva e seu antecessor, Jair Bolsonaro, já que ao final de refrega dessa magnitude descortina-se o cenário para disputas futuras.

Nesse clima de ganha ou perde, para ver quem chega à batalha com probabilidades alvissareiras, surge, pela primeira vez, uma nova sigla ostentando maior número de prefeitos (o PSD, de Gilberto Kassab), posto que era do MDB, desde a redemocratização, embora isso não se traduza em índice mais elevado de eleitores ou adeptos do referido partido.

Comentaristas versados no assunto destacam, inclusive, semelhanças entre as duas siglas, pois assim como velho e aguerrido Movimento Democrático Brasileiro, o atual Partido Social Democrático nunca pendeu para lado à esquerda ou direita, procurando se conduzir numa linha onde prevaleça o equilíbrio de forças e, acima de tudo, a governabilidade.

Outro fator que evidenciará a força das legendas no embate urnístico é o valor recém-divulgado que cada uma terá do Fundo Partidário/Eleitoral, isso, naturalmente reclamando mais precaução no manuseio de gastos, sem perder de vista que a verba é do Erário, portanto, devendo ser empregada eficaz e corretamente.

Todo cuidado deve ser importante para não se repetir o que aconteceu nos últimos dias, quando conhecido dirigente partidário foi preso por desvios de finalidade em relação a tais recursos.

Que tentativas de malversação sejam suplantadas pela clássica expressão latina, que preconiza: “dura lex sed lex...”.

Mauro Benevides é jornalista e senador constituinte