A contribuição da atividade física para pessoas com autismo

O autismo, ou Transtorno do Espectro Autista (TEA), é um transtorno do desenvolvimento neurológico caracterizado por diferenças e desafios na comunicação social, comportamentos repetitivos, interesses restritos e diferenças na forma de processamento sensorial. O termo "espectro" reflete a ampla variedade de habilidades e a Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que aproximadamente 1 em cada 100 crianças no mundo está no espectro autista. 

De acordo com estudo do Center of Deseases Control and Prevention (CDC), uma a cada 44 pessoas têm autismo, atingindo 1% a 2% da população mundial. No Brasil, há aproximadamente 2 milhões de autistas, muitos sem diagnóstico e tratamento adequados. 

Muitos indivíduos com autismo também apresentam outras condições médicas ou psiquiátricas, como déficit de atenção e hiperatividade (TDAH), ansiedade, depressão e epilepsia.

O diagnóstico do TEA é um processo abrangente que envolve a avaliação detalhada do desenvolvimento comportamental, comunicativo e social do indivíduo. Esse diagnóstico é realizado por profissionais de saúde especializados, como pediatras, psiquiatras, psicólogos ou neurologistas, utilizando uma combinação de observações diretas e informações fornecidas por pais, cuidadores e professores.

O diagnóstico precoce e a intervenção imediata são fundamentais para o desenvolvimento das pessoas com autismo. E um dos aliados no tratamento é a prática de atividade física, uma vez que os exercícios proporcionam uma série de benefícios, como melhoria nas habilidades sociais, aprimoramento da condição física, desenvolvimento das habilidades motoras, bem-estar geral, inclusão e qualidade de vida.

Estes benefícios são apoiados por uma série de estudos e revisões sistemáticas que demonstram que programas de atividade física, quando bem adaptados às necessidades individuais, podem trazer melhorias substanciais para pessoas com TEA. Organizações como Autism Speaks e publicações em revistas científicas como "Frontiers in Psychiatry" e "Journal of Autism and Developmental Disorders" têm sido fundamentais na disseminação dessas informações.

Welton Godinho é professor e Doutor em Fisiologia