Senado aprova MP com limite de renda de R$ 275 para acesso ao BPC

O Benefício de Prestação Continuada é pago a idosos e pessoas com deficiência de baixa renda. A ainda matéria vai à sanção presidencial

Escrito por Diário do Nordeste e Agência Brasil ,
Fachada da Previdência
Legenda: BPC será para quem tem renda maior que um quarto do salário-mínimo
Foto: Marcello Casal Jr / Agência Brasil

O Senado Federal aprovou, nesta quinta-feira (27), medida provisória (MP) que reduz de meio para até um quarto de salário-mínimo a renda mensal per capita necessária para ter acesso ao Benefício de Prestação Continuada (BPC). Considerando o novo salário de R$ 1.100, o auxílio agora englobará pessoas que recebem R$ 275 por mês. 

O benefício é pago a idosos e pessoas com deficiência de baixa renda. A ainda matéria vai à sanção presidencial. A MP, que foi aprovada ontem na Câmara, define critérios para que o governo regulamente em que casos os idosos e as pessoas com deficiência poderão receber o BPC se a renda familiar for maior que um quarto do benefício e até meio salário-mínimo.

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A legislação já permite a concessão do benefício a pessoas com renda maior que um quarto do salário-mínimo se comprovados outros fatores da condição de miserabilidade e de vulnerabilidade do grupo familiar. Entretanto, os critérios especificados no texto aprovado nas duas Casas dependerão do cumprimento de requisitos fiscais.

Pelo texto, são três os critérios:

  • grau da deficiência;
  • dependência de terceiros para o desempenho de atividades básicas da vida diária
  • comprometimento do orçamento do núcleo familiar com gastos médicos não ofertados pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

Para idosos, apenas os dois últimos critérios são aplicáveis. O texto ainda traz o auxílio-inclusão, previsto no Estatuto da Pessoa com Deficiência, mas, até então, não criado. Seu valor corresponderá a 50% do valor do BPC em vigor para as pessoas com deficiência moderada ou grave.

Para receber esse auxílio, o beneficiário precisa ter remuneração de até dois salários-mínimos e ser segurado pela Previdência Geral ou regime próprio de servidores. Além disso, deve ter inscrição atualizada no Cadastro Único para Programas Sociais do governo federal.

Avaliação biopsicossocial

Enquanto não estiver regulamentado o instrumento de avaliação biopsicossocial da deficiência, a concessão do BPC dependerá de avaliação médica e avaliação social realizadas, respectivamente, pela perícia médica federal e pelo serviço social do INSS, com a utilização de instrumentos desenvolvidos especificamente para este fim.

Até 31 de dezembro de 2021, o INSS poderá adotar medidas adaptadas à realidade da pandemia de covid-19 para avaliar a deficiência para fins de recebimento do BPC, como videoconferência e uso de um padrão médio de avaliação social, desde que tenha sido realizada a avaliação médica e constatado o impedimento de longo prazo. Esse método, porém, não poderá ser usado para cancelar o benefício.

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