BNB deve investir até R$ 9 bilhões em operações no Ceará em 2021

Estimativa foi revelada pelo presidente do banco, Romildo Rolim, que projeta continuidade na curva de crescimento dos aportes no Estado. Com indicativos de recuperação econômica, todos os setores devem gerar alta demanda

Escrito por Redação ,
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Legenda: A aplicação de recursos pelo programa Agroamigo avançou 14% no Estado
Foto: ANTONIO RODRIGUES

A perspectiva de chegada da vacina contra a Covid-19 aquece as expectativas para a economia do Estado. O Banco do Nordeste (BNB), um dos principais fomentadores de negócios da região, projeta fazer investimentos de R$ 8,5 bilhões a R$ 9 bilhões no Estado em 2021, volume 7,2% maior que o montante aplicado no ano passado (R$ 8,4 bilhões).

O prognóstico foi revelado pelo presidente do BNB, Romildo Rolim. Segundo ele, todas as atividades do setor produtivo cearense devem gerar grande demanda ao banco. Em relação ao Fundo Constitucional de Financiamento do Nordeste (FNE), a instituição já teve orçamento de R$ 24,1 bilhões aprovado em dezembro, dos quais R$ 4,3 bilhões devem vir ao Ceará.

"Esse valor ainda pode crescer ao longo do ano com as revisões de orçamento disponibilizado e também com a demanda. Nós vamos ter uma grande demanda da indústria, comércio, serviços, energias sustentáveis, e vamos alocando de acordo com isso", afirma Rolim. O presidente ainda indica elevada expectativa para o agronegócio, que manteve os resultados mesmo durante a pandemia por ser um segmento essencial. Segundo ele, há espaço para forte crescimento e o BNB entra como incentivador não só na concessão de crédito, mas também na modernização e profissionalização dos pequenos negócios da região.

"Nosso trabalho não é fazer o crédito apenas pelo crédito. Passamos orientações para manter a atividade no campo sustentável. Um dos destaques no resultado de 2020 é que 57% dos recursos do FNE foram contratados na região do semiárido. Isso é importante porque é necessário para dar sustentabilidade, junto às ações complementares ao crédito, tanto antecedentes como de sustentabilidade", ressalta Rolim.

Ele também revela que cerca de um terço dos R$ 24,1 bilhões aprovados do FNE já estão no banco com propostas de contratação sendo analisadas. "Já iniciamos o ano com bastante demanda, o que é um bom indicador de recuperação da economia, de credibilidade", avalia.

Balanço

Em 2020, o BNB investiu R$ 8,4 bilhões apenas no Ceará, volume 2,5% maior que o investido em 2019 (R$ 8,2 bilhões). De acordo com balanço divulgado ontem (5) pelo banco, ao todo, o número de operações de crédito atingiu 1,63 milhão no Estado.

Do total de contratações de crédito, 1,54 milhão foi através do programa de microcrédito urbano do banco, o Crediamigo, somando R$ 3,9 bilhões destinados a microempreendedores cearenses. O valor contratado foi 12% maior que o do ano anterior, quando haviam sido destinados R$ 3,5 bilhões ao Ceará.

Já através do programa de microcrédito rural, o Agroamigo, o BNB disponibilizou R$ 353,2 milhões em 69,9 mil operações de crédito. Conforme o balanço, o desempenho do programa em 2020 também superou o de 2019 em 14%. O presidente do BNB, Romildo Rolim, comemora os resultados e atribui o crescimento das contratações nos programas de microcrédito à atuação do banco no combate aos efeitos da pandemia.

"Nós tivemos um incremento grande com os programas emergenciais, demos apoio durante a pandemia, principalmente para capital de giro", aponta.

"Os resultados mostram que o Banco do Nordeste vem cumprindo seu papel, fazendo o recurso chegar na ponta, na mão de quem precisa e apoiando empresas e produtores nesse ano diferente e desafiador que vivenciamos. Os recursos ofertados atuaram como um pilar importante na continuidade de vários negócios na área de atuação da empresa", acrescenta.

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Origens

Quase metade dos recursos empregados no Estado foi injetada pelo Fundo Constitucional de Financiamento do Nordeste (FNE), que contabilizou R$ 4,12 bilhões aplicados no Ceará em 2020. O valor é 0,2% maior que o de 2019, quando o Ceará garantiu R$ 4,09 bilhões do fundo.

Em termos de operações, o FNE financiou 103,7 mil contratações, um crescimento de 38% em relação ao ano anterior (75 mil).

Já a partir do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf), o BNB aplicou R$ 433,8 milhões, dos quais R$ 356,1 milhões no programa de microcrédito rural, chamado de Agroamigo.

Atuação geral

Em toda a área de atuação do banco, que inclui os estados do Nordeste, o norte de Minas Gerais e Espírito Santo, foram contratados R$ 39,8 bilhões em 2020. O montante aplicado foi 14% maior em relação ao ano anterior. Os resultados incluem R$ 25,8 bilhões aplicados com recursos do FNE em 774 mil operações de crédito.

Já no âmbito do Pronaf, a contratação alcançou R$ 3,4 bilhões através de 583 mil operações no período. Desse total, 96,8% são referentes ao Agroamigo, de forma que o programa investiu R$ 2,9 bilhões, volume 15% maior que o de 2019.

Entre os beneficiados, as mini, micro e pequenas empresas são maioria, tendo recebido R$ 4,6 bilhões no ano. Esse é o maior volume contratado por esse porte na história do BNB, com alta de 26,8% em relação a 2019.

Comércio e serviços continuam despontando como os setores que contratam o maior número de operações, segundo Rolim, tendo em vista que representam cerca de 80% do mercado.

"Nós ajudamos a manter essas micro e pequenas empresas abertas, com a estrutura ativa para quando fosse permitido retornar ao trabalho. Muitos mercados já voltaram, outros estão vendo o melhor momento para dar liquidez aos negócios e manter os empregos", afirma o presidente do banco.

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