Auxílio emergencial: Guedes diz que benefício pode voltar, mas com congelamento de verbas e salários

Ministro defendeu como contrapartida para a medida o congelamento de verbas para saúde e educação e de salários de servidores públicos

Escrito por Fábio Puro/ Folhapress ,
Ministro Paulo Guedes comenta a possibilidade da volta do auxílio emergencial
Legenda: Guedes pediu responsabilidade para se analisar a volta do auxílio emergencial
Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil Local: Brasilia-DF

O ministro da Economia, Paulo Guedes, reconheceu nesta terça-feira (26) a possibilidade de o auxílio emergencial voltar em 2021 caso o número de mortes por coronavírus continue crescendo no País e o governo fracasse na vacinação da população. Ele defendeu o congelamento de verbas e salário dos servidores em contrapartida a medida. 

Guedes pediu responsabilidade para se analisar a questão e disse que é preciso verificar se o aumento recente de casos de Covid-19 não foi um reflexo pontual das festas de fim de ano. "Se a pandemia faz uma nova onda, com 1.200 ou 1.300 mortes, sabemos como agir. Mas temos que observar se esse é o caso ou não", disse.

De qualquer forma, ele disse que a medida exigirá sacrifícios do país e defendeu como contrapartida para a medida o congelamento de verbas para saúde e educação e de salários de servidores públicos. "Não é só pegar o dinheiro e sair correndo. Tem que fazer todo o sacrifício", disse o ministro, comparando o mecanismo a uma bomba atômica.

O ministro sugeriu que, caso a pandemia avance e o governo fracasse na vacinação, o auxílio emergencial seja recriado a partir de uma nova cláusula a ser inserida na Proposta de Emenda à Constituição (PEC)  Emergencial, que tramita no Congresso desde 2019 com objetivo original de diminuir despesas obrigatórias.

A cláusula de calamidade pública seria inserida na PEC com objetivo principal de suspender a aplicação de normas fiscais como a regra de ouro (que impede endividamento para despesas correntes) em casos extremos de necessidade.

A regra poderia ser acionada tanto na pandemia do coronavírus como futuramente em outros casos extremos. O ministro citou como exemplo a elevação do nível do mar, que poderia afetar a população que vive no litoral brasileiro.

Ao mesmo tempo, o mecanismo exigiria a revisão de despesas. "Você aperta um botãozinho. Você desindexa, desvincula, e ao longo dos anos o aumento de receitas vai recuperando", afirmou.

 

 

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