A tragédia climática no Rio Grande do Sul, estado que mais produz arroz no Brasil, começa a afetar o restante do País. Diversas regiões têm restringido a oferta do produto para conter os estoques e conseguir continuar abastecendo a população. Um supermercado de Fortaleza, no Ceará, inclusive, comunicou aos clientes nesta quarta-feira (8) que, como medida preventiva, irá permitir a compra de apenas cinco pacotes de uma marca de arroz por pessoa física.
"Em virtude das intensas chuvas recentes que estão afetando o Rio Grande do Sul, importante região produtora de arroz, informamos que poderá haver impacto no abastecimento deste produto nos mercados. Como medida preventiva para garantir o acesso a todos, está limitada a quantidade de arroz a 5 unidades por CPF, por tempo indeterminado", informa o comunicado na prateleira do Atacadão Lag, no Mondubim. A restrição, no entanto, vale apenas para uma marca.
Segundo Daniel Moita, diretor-executivo do Grupo Lagoa, a marca com limitação de venda, Tio Manoel, é fabricada no Sul do País e já estava em promoção desde a semana passada, em um preço abaixo do normalmente praticado. Com a procura maior e antevendo uma eventual dificuldade de compra de arroz devido à produção comprometida no Rio Grande do Sul, o estabelecimento tomou essa decisão.
Abastecimento está normal em Fortaleza, diz associação
Procurado pelo Diário do Nordeste, o presidente da Associação Cearense de Supermercados (Acesu), Nidovando Pinheiro, informou que desconhecia a limitação de venda do produto no Atacadão Lag e acredita que o abastecimento está normal no Estado, conduto, o arroz já vinha com uma tendência de alta no preço.
Segundo a CNN Brasil, outros relatos de limitação preventiva na compra de arroz foram registrados em estados como São Paulo, Minas Gerais e Paraná.
Tragédia climática no RS
O Rio Grande do Sul há quase duas semanas sofre as consequências de fortes chuvas. Com várias cidades alagadas, foram registrados, até esta quarta-feira, 95 mortos e 128 desaparecimentos. Além disso, quase 160 mil pessoas estão fora de casa, em abrigos ou casas de familiares e amigos, e mais de 370 necessitam de cuidados médicos.