Com quase 36 mil empregos formais no Ceará, o setor de têxteis e confecções é uma das prioridades do Governo do Estado na primeira fase de reabertura da economia. De acordo com o presidente do Sindicato da Indústria de Confecção de Roupas e Chapéus de Senhora no Estado do Ceará (Sindconfecções), Elano Guilherme, o segmento deve levar um ano para recuperar os prejuízos.
"Cerca de 94% das empresas faturaram nos últimos dois meses entre 0% e 10% do que seria normalmente. A venda está praticamente zerada. As empresas vão diminuir de tamanho, muitas vão reduzir o número de funcionários. Nós já vínhamos antes enfrentando certa dificuldade".
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De acordo com ele, poucas empresas do setor no Ceará conseguem passar mais de 60 dias sem faturamento. "Depois desse tempo paradas, as empresas vão precisar retomar as relações comerciais, acertar as contas com fornecedores. Tudo que foi feito pelo Governo Federal no sentido de ter uma linha de crédito ainda não chegou aqui. Só o crédito para a folha de pagamento. A gente está buscando com o Banco do Nordeste, mas tem muitas coisas que precisam ser ajustadas depois que reabrirmos o setor, como salários e impostos, principalmente".
Sobre o plano de reabertura da economia, Elano diz que o setor já está preparado para voltar. "Prevemos voltar no início de junho. Já fizemos indicações de como podíamos contribuir para a economia funcionando. Vamos adotar cuidados, como redução do número de funcionários, uso de álcool em gel, pensamos em rodízio de entrada e saída de colaboradores. Mesmo que o Governo nos deixe voltar a trabalhar, percebemos que as coisas não vão andar no ritmo de antes", pondera.