A demanda crescente pela produção própria de energia está ligada à redução do custo, mas também à busca de qualidade de vida e pautas sustentáveis. No aspecto econômico, estima-se que a redução da conta de luz de residências chegue a 95%, mas depende de cada caso.
Esta matéria do projeto Sua Carteira, serviço que mostra aos leitores do Diário do Nordeste como economizar em produtos e serviços, preparou uma simulação a partir de contas reais de energia, levantados pela empresa especializada Sou Energy Solar.
Segundo o levantamento, há uma economia mensal de R$ 309 para um consumidor que opte por quatro placas solares, reduzindo dessa forma a conta de luz de R$ 426 para R$ 117. No ano, a economia chega a R$ 3.708.
Em outra simulação, há uma economia de R$ 248 na conta de luz. Neste caso, o consumidor adquire quatro placas solares e consegue reduzir de R$ 364 para R$ 116 a fatura de energia. Por ano, a economia deste cliente é de R$ 2.976
No cálculo, é considerado apenas o valor pago com o consumo da energia, retirando impostos e taxas de iluminação pública. Os dados encontrados são apenas uma aproximação conforme o perfil do consumidor naquele período.
Os valores podem alterar devido à mudança do consumo, conforme explicado acima, além de variáveis como bandeira tarifária e impostos.
Em relação o investimento de cada simulação, depende da estrutura do telhado da residência, da escolha do modelo do equipamento e do integrador solar, responsável pelo intermédio entre a distribuidora de painéis e o cliente.
'Payback'
Segundo a Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar), o "payback", que é o tempo de retorno de investimento em equipamento, é de cinco anos para moradias do Nordeste. O custo médio dos painéis solares para esse tipo de moradia é de R$ 27,8 mil.
Segundo o gerente comercial da Sou Energy Solar, Mário Viana, as famílias também mudam o perfil de consumo. Por exemplo, instalam ar condicionado em mais cômodos, utilizam o chuveiro elétrico com frequência, panelas elétricas e outros equipamentos com mais liberdade.
Veja simulações
Simulação 1
- Valor pago de consumo atual: R$ 426;
- Valor estimado após energia solar: R$ 117;
- Economia: R$ 309;
- Percentual de redução: 76,5%;
- Área mínima necessária: 15,6 m²;
- Quantidade de placas necessárias: 4.
Simulação 2
- Valor pago de consumo atual: R$ 364;
- Valor estimado após energia solar: R$ 116;
- Economia: R$ 248;
- Percentual de redução: 68%;
- Área mínima necessária: 13,9 m²;
- Quantidade de placas necessárias: 4.
Simulação 3
- Valor pago de consumo atual: R$ 204;
- Valor estimado após energia solar: R$ 112;
- Economia: R$ 93;
- Percentual de redução: 45%;
- Área mínima necessária: 6,9 m²;
- Quantidade de placas necessárias: 2.
Quando vale a pena?
O consultor de energia da Federação das Indústrias do Estado do Ceará (Fiec), Jurandir Picanço, avalia que a energia solar é “sempre é vantajosa pelo custo ser mais baixo”.
“A questão é que precisa um investimento inicial. Então, há consumidores com condições de fazê-lo com recursos próprios, mas outros precisam de financiamentos bancários porque essa energia vai sair mais barata. Mas, evidentemente, nem todos têm essa condição de fazer um investimento normalmente superior a R$ 20 mil, dependendo da dimensão das instalações”, observa.
Outra dificuldade, acrescenta, é a necessidade de realizar a instalação no telhado. Ou seja, pessoas que moram em apartamentos já não têm a facilidade. Neste caso, é preciso contratar empresas que alugam projetos para essa finalidade. “Mas a vantagem já não é tão grande quanto aquela quando você instala no próprio endereço”, pondera.
Potência instalada
A energia solar bateu recorte (13 gigawatts) de potência instalada em telhados de residências, comércios, indústrias, produtores rurais até às grandes empresas brasileiras, em setembro deste ano, segundo a Absolar.
No Ceará, ultrapassou 39,3 mil conexões. A região possui 436,7 megawatts (MW) em operação nas residências, comércios, indústrias, propriedades rurais e prédios públicos.
Desde 2012, a geração própria de energia solar já proporcionou ao Ceará a atração de mais de R$ 2,4 bilhões em investimentos, geração de mais de 13,1 mil empregos e a arrecadação de mais de R$ 596,6 milhões aos cofres públicos, de acordo com a Absolar.