Petrobras: novo plano reforça concessões no Ceará

Estatal deverá focar investimentos no pré-sal a partir de 2021

O novo plano estratégico da Petrobras, anunciado nesta quinta-feira (26), deverá tornar a empresa ainda mais enxuta, já que a estatal indicou que deverá reduzir o patamar de investimentos em 30%, passando a focar na produção e exploração a partir do pré-sal. Além disso, segundo o consultor da área de petróleo e gás, Bruno Iughetti, o projeto reforça, além de possivelmente agilizar, as concessões dos campos e refinaria no Ceará.

Entre as metas sinalizadas pela Petrobras estão a indicação de investimentos no patamar de US$ 55 bilhões entre 2021 e 2025, direcionando 84% para o setor de exploração e produção de petróleo e gás. Dos cerca de US$ 46 bilhões destinados aos segmento, US$ 32 serão aplicados em ativos do pré-sal. Além disso, a empresa afirmou que planeja reduzir a própria dívida a um patamar de US$ 60 bilhões. Atualmente, a companhia informou que os débitos são de aproximadamente US$ 79 bilhões.

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Segundo Iughetti, essas metas deverão tornar a Petrobras muito mais "enxuta", já que a empresa deverá ter um foco específico de investimentos a partir do próximo ano. Ele também projetou que as decisões reforçam as perspectivas para a finalização dos processo de concessão no Ceará, que envolvem a Refinaria Lubrificantes e Derivados do Nordeste (Lubnor) e alguns campos de petróleo no mar.

Iughetti ainda afirmou que as decisões não deverão prejudicar a cadeia de abastecimento nacional. "A Petrobras está em um processo de investimentos seletivos, desativando ativos, e os recursos estão sendo usados para reduzir o nível de dívidas no exterior e investindo no pré-sal. Então isso não deve prejudicar o sistema de abastecimento nacional", disse. "Temos um entendimento muito presente para a privatização dos poços de petróleo no Ceará, e ano que vem devemos ter a licitação da Lubnor", completou.

Combustíveis

Contudo, o consultor afirmou que as perspectivas até o fim de 2020 é que a Petrobras reajuste o preço dos combustíveis em até 6%, por conta da não adequação do modelo econômico atual (baseado no mercado internacional) e a desvalorização do real ante o dólar. "Fechamos com barril vendido a 48 dólares, então devemos ter aumentos".