Apesar de serem fortemente abaladas pelos impactos da pandemia, as pequenas e microempresas no Ceará foram importantes na manutenção do emprego durante o primeiro semestre deste ano.
De acordo com dados do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), esse porte de negócio foi responsável pela geração de 30.704 vagas de trabalho de janeiro a junho deste ano.
Durante evento virtual com a imprensa realizado em alusão ao Dia Nacional da Micro e Pequena Empresa, celebrado na última terça-feira (5), o presidente do Sebrae, Carlos Melles, reforçou o desajuste provocado pelo coronavírus no País e que os micros e pequenos, que estão na ponta, “sofreram primeiro”.
Ele lembra que houve necessidade de renegociação de aluguéis, de contratos e postergação de impostos, mas que o cenário caminha “para uma normalidade”. “Agora as coisas vão entrando na normalidade”, diz.
O presidente do Sebrae avalia também que “a retomada vem forte” por causa do avanço da vacinação, trazendo confiança. Fatores como o aumento da gasolina e da energia elétrica, além da inflação, porém, acabaram arrefecendo o movimento de reação da economia.
Dívidas e empréstimos
Ainda de acordo com os dados do Sebrae coletados entre o fim de agosto e o início de setembro deste ano, boa parte das MPEs localizadas no Estado estão em dia com suas dívidas e empréstimos (42%) ou não possuem débitos (26%). Outros 32% dos entrevistados responderam que possuem dívidas e elas estão em atraso.
Como efeito da pandemia, o faturamento desses negócios foi duramente afetado.
No Ceará, apenas 20% dos entrevistados avaliam que o faturamento mensal de seus negócios aumentaram durante a pandemia, enquanto 70% avaliam que os ganhos diminuíram em relação a um mês normal.
Outros 13% acreditam que o faturamento da empresa permaneceu igual em relação a um mês normal de funcionamento e 7% não souberam dizer ou não quiseram responder, conforme o levantamento.
Empreendedorismo potencial
Dados do Sebrae em parceria com o Instituto Brasileiro de Qualidade e Produtividade (IBPQ) mostram que cada vez mais brasileiros querem ter o próprio negócio.
A taxa de empreendedorismo potencial passou de 30% em 2019 para 53% em 2020, crescimento de 75%. Conforme o Sebrae, o percentual representa 50 milhões de brasileiros que ainda não empreendem e querem abrir um negócio nos próximos três anos.