A primeira das quatro fases de implementação do Open Banking, um sistema de compartilhamento de dados entre bancos, teve início nesta segunda-feira (1º). Segundo a Federação Brasileira de Bancos (Febraban), o modelo vai facilitar o surgimento de novos produtos e serviços para o cliente. A previsão é de que até o fim de 2021 todas as fases do novo sistema sejam concluídas.
O compartilhamento de dados financeiros entre instituições só se dá com a expressa autorização do consumidor. A medida favorece a busca por serviços e produtos em condições melhores, mais variados ou personalizados.
As informações fornecidas vão ser usadas para criar ofertas de produtos e serviços personalizados para o consumidor e apresentar melhores condições de custo, de acordo com a Febraban.
Assim, o consumidor poderá escolher compartilhar suas informações com diferentes instituições, podendo receber, por exemplo, propostas de crédito, cartões, câmbio, seguros ou investimentos que sejam adaptados à sua realidade ou perfil e que facilitem o dia a dia.
“Incentivará a inovação e tende a intensificar as ofertas de valor para os clientes, com novos produtos e serviços, acelerando a transformação digital do mercado financeiro. A expectativa do setor bancário com sua chegada é bastante positiva”, comenta Isaac Sidney, presidente da Febraban.
A ferramenta vai permitir, por exemplo, conectar a conta bancária a um aplicativo que analisará a vida financeira do cliente e apresentará sugestões de investimentos. E também, ao reunir em um único aplicativo as informações de contas em diferentes instituições, possibilitar uma melhor visão de toda a vida financeira da pessoa.
De acordo com o Banco Central, "é das instituições participantes a responsabilidade pela confiabilidade, integridade, disponibilidade, segurança e sigilo dos dados e serviços dos clientes no processo de compartilhamento. Cabe a elas, também, cumprir as disposições da legislação e da regulamentação em vigor".
Serviços aos clientes
Com a primeira fase, as instituições participantes vão entregar informações sobre canais de atendimento - como endereços das agências, horários de funcionamento e os canais oferecidos para atender clientes, como os telefônicos e digitais (internet banking e mobile banking).
Também entram os dados e as características sobre os produtos e serviços oferecidos, como, por exemplo, categorias de contas, empréstimos e financiamentos que cada um dos participantes oferece ao seu cliente. O acesso a estas informações será público e os dados do cliente não entram nesta fase, explica a Febraban.
Dados compartilhados
Na segunda fase, com previsão para encerrar em 15 de julho, dados de clientes poderão ser compartilhados entre os bancos participantes. São informações de cadastro, de contas e operações de crédito.
O compartilhamento só poderá ocorrer com a autorização expressa do cliente. A troca de informações permitirá que o consumidor receba propostas financeiras de outras instituições, simulações de empréstimos e financiamentos entre diferentes participantes do sistema, ampliando as opções de escolha.
“Ele (cliente) deverá solicitar e autorizar o compartilhamento destas informações, escolhendo quando, como e com qual instituição isto irá ocorrer”, afirma Leandro Vilain, diretor de Inovação, Produtos e Serviços da Febraban.
Transferências fora do internet banking
Prevista para 30 de agosto, a terceira fase do modelo oferece possibilidade de pagar contas e fazer transferências bancárias fora do internet banking ou do aplicativo do banco, por um aplicativo intermediário.
Já na quarta fase, com previsão para 15 de dezembro, ocorre o compartilhamento dos demais dados de produtos e serviços e de transações feitas pelos consumidores, como operações de câmbio, investimentos, seguros e contas-salário.