As obras da Linha Leste do metrô de Fortaleza estão tendo de seguir sem uma das duas tuneladoras, máquinas utilizadas para a escavação de túneis. O equipamento está parado desde o último dia 11, mas os responsáveis apontam que a paralisação não deve afetar o cronograma do projeto, cuja conclusão é prevista para dezembro de 2022.
Os trabalhos são executados pelo Consórcio FTS, formado pelas empresas Ferreira Guedes e Sacyr. Segundo José Carlos Acartio, gestor financeiro do consórcio, o prazo para a conclusão dos reparos no maquinário não deve ultrapassar 60 dias.
À reportagem, Acartio admitiu que a situação levou a construtora a reduzir o ritmo dos trabalhos, mas garantiu que a manutenção do equipamento não deve afetar o cronograma previsto.
"Temos uma tuneladora em reparo, que requer um tempo maior, mas a obra continua em plena atividade. Estamos trabalhando para que a retomada se dê o mais breve possível, mas dependemos de equipamentos importados"
Demissões
Uma fonte ouvida pela reportagem relatou que a situação provocou demissões na obra. Enquanto o consórcio justificou a redução ao avanço natural das etapas, a Secretaria da Infraestrutura do Estado (Seinfra) a atribuiu à redução do ritmo da obra e destacou que os trabalhadores seriam reconvocados.
"No momento, uma das tuneladoras está passando por manutenção, o que causou redução no ritmo dos serviços em um dos túneis e, consequente diminuição do número de funcionários. Todos serão reconvocados, após a conclusão da manutenção, cujo serviço tem o acompanhamento das equipes da Supervisora e da própria Seinfra", justificou a pasta em nota.
"É muito comum nesse tipo de obra demitir quando certas atividades cessam e contratar quando outras iniciam ou são retomadas. Deveremos ter novas contratações", destacou Acartio, sem precisar quantos funcionários foram desligados.
Linha Leste
Segundo a Seinfra, os trabalhos estão sendo realizados nas estações do Centro, da Aldeota e do Papicu, com oito frentes diferentes, que incluem a construção das quatro estações subterrâneas, poços de ventilação e escavações de túneis.
A Linha Leste terá 7,3 quilômetros de extensão e contará com cinco estações, sendo uma de superfície (Tirol-Moura Brasil) e quatro subterrâneas (Chico da Silva Leste, Colégio Militar, Nunes Valente e Papicu).
O percurso entre o Centro e o Papicu será feito em 15 minutos. Após a conclusão das obras, cerca de 150 mil pessoas poderão utilizar o transporte para deslocamento diário.
O empreendimento vai ter integração com outros modais já disponíveis, fazendo conexão com as linhas Sul e Oeste, além do VLT Parangaba-Mucuripe e o Terminal de Ônibus do Papicu.