A Caixa Seguridade, subsidiária da Caixa Econômica Federal, deve estrear na Bolsa de Valores na próxima quinta-feira (29) em oferta pública inicial de ações - mais conhecida pela sigla em inglês IPO. Essa é uma forma que as empresas têm de angariar novos acionistas ingressando na Bolsa de Valores.
No IPO, serão vendidas 450 milhões de ações ordinárias, com um lote suplementar de 67,5 milhões, a faixa de preço varia entre R$ 9,33 e R$ 12,67. A reserva pelos interessados deve ser feita até esta segunda-feira (26).
Com isso, a abertura de capital deve movimentar até R$ 6,5 bilhões, ou seja, a venda de 17,25% de participação na empresa.
"É um processo natural da Caixa colocar sua área de seguridade a mercado. O Banco do Brasil já fez isso em 2013 com o IPO da BB Seguridade. É um mercado ainda que tem muito a ser explorado, existem inúmeras possibilidades de atuação”, ressalta o economista Allisson Martins.
Atuação no mercado
Segundo Martins, um dos prós de adquirir as ações da Caixa Seguridade é pela ampla atuação no mercado, com boa vantagem competitiva e presença em quase todos os municípios do Brasil.
“É uma empresa estatal que tem solidez e conta com inúmeros canais de distribuição, agências, lotéricas, o que promove uma boa capacidade de venda dos serviços da empresa”.
Além disso, o economista destaca que o segmento de seguros tem uma forte tendência de apresentar crescimento nos próximos anos.
A seguradora atua em sete segmentos de seguros e capitalização, como residencial, previdência privada e seguro de vida, entre outros. De acordo com informações da Caixa, em 2020, a empresa registrou lucro líquido anual de R$ 1,8 bilhão e é o terceiro maior grupo segurador do País, 13,5% de market share.
Mercado variável
Um dos pontos que o investidor deve ficar atento, no entanto, é para a repercussão no mercado internacional das empresas estatais, já que nos últimos tempos, há “um pé atrás” com possíveis interferências do Governo nas empresas.
“Não temos visto isso na Caixa, porém é preciso saber que isso acaba refletindo no preço, pois não é bem visto pelo mercado”, afirma Martins.
Na oferta inicial, há prioridade para aqueles que aceitarem o lockup, ou seja, período no qual não se pode vender as ações, de 45 dias. Para o economista, é preciso avaliar se a condição é favorável ao perfil do investidor, pois pode bloquear o retorno a curto prazo.
Outra desvantagem apontada por Martins é o destino do dinheiro do IPO. “Geralmente, as empresas investem a quantia captada em outras instituições ou mesmo melhoras de infraestrutura. Mas no caso dessa oferta, o valor vai para o acionista vendedor, a Caixa Econômica Federal”.
Antes de decidir comprar uma oferta de ação, é imprescindível buscar os preços da concorrência para avaliar se o valor está acima de outros praticados no mercado.
“Para investir na renda variável, é preciso estar atento aos riscos, pois há muitas oscilações e diferentes opções para cada perfil de investidor. Por isso, o ideal é buscar ajuda de profissionais especializados que vão não só encontrar boas empresas, mas as que sejam adequadas ao seu perfil”, acrescenta.