O acesso à alimentação básica ficou indiscutivelmente mais difícil após o início da pandemia de coronavírus. Apenas dois produtos de doze itens considerados essenciais na mesa do fortalezense pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) apresentaram queda de preço de março de 2020 a julho deste ano.
É o caso do tomate, que ficou 32,9% mais barato, e da banana, que teve queda de 6,3%. Enquanto isso, o óleo subiu 97%, o arroz ficou 61,7% mais caro e o açúcar (58,8%) e a carne (46%) também apresentaram altas consideráveis no período de 16 meses.
Veja a lista completa (mar/20 a jul/21):
- Óleo: 97,05%
- Arroz: 61,74%
- Açúcar: 58,82%
- Carne: 46,06%
- Café: 45,9%
- Farinha: 33,95%
- Feijão: 27,01%
- Leite: 24,32%
- Manteiga: 17,79%
- Pão: 17,22%
- Banana: -6,33%
- Tomate: -32,93%
Cesta básica em setembro
A cesta básica de Fortaleza apresentou relativa estabilidade em setembro deste ano na comparação com os preços dos alimentos em agosto ao registrar deflação de 0,03%. Apesar do resultado, o conjunto de itens ainda custa R$ 552,09 — é a cesta mais cara do Nordeste e a 11ª mais cara do Brasil.
Ainda de acordo com o Dieese, considerando o valor da cesta e tomando como base o salário mínimo vigente de R$ 1.100 (jornada mensal de 220 horas), o trabalhador de Fortaleza teve que dedicar 110 horas de seu expediente apenas para garantir a alimentação básica.
O gasto com a cesta de uma família padrão, de dois adultos e duas crianças na Capital cearense, foi estimado em R$ 1.656,27.
No mês de setembro, contribuíram para a deflação na cesta básica as quedas de preço observadas no tomate (-7,38%); arroz (-1,58%); feijão (-1,18%); farinha (-0,91%) e carne (-0,62%).
Em contrapartida, apresentaram alta o café (5,66%); banana (5,27%); manteiga (3,28%); leite (2,45%); pão (2,34%) e óleo (2,24%). O açúcar também subiu 1,89% em setembro.
No semestre encerrado em setembro, a cesta básica de Fortaleza apresenta alta de 6,78%. Na comparação com setembro de 2020, o conjunto de 12 itens registra inflação de 13,66%.
Brasil
Fortaleza foi uma das seis cidades brasileiras pesquisadas pelo Dieese em que houve redução no valor da cesta básica na passagem de agosto para setembro. Em outras 11 cidades, foi observado aumento.
As principais elevações foram registradas em Brasília (3,88%); Campo Grande (3,53%); São Paulo (3,53%) e Belo Horizonte (3,49%). As quedas mais intensas foram vistas em João Pessoa (-2,91%) e Natal (-2,90%).
A cesta básica mais cara foi observada em São Paulo (R$ 673,45). Em seguida, estão Porto Alegre (R$ 672,39), Florianópolis (R$ 662,85) e Rio de Janeiro (R$ 643,06).