Apesar do recolhimento do lixo ser um serviço essencial, a cadeia que realiza a reciclagem de materiais também foi afetada com o isolamento social.
De acordo com o presidente do Sindicato das Empresas de Reciclagem de Resíduos Sólidos, Domésticos e Industriais no Estado do Ceará (Sindiverde), Mark Augusto Lara Pereira, 95% do setor está parado.
Ele assegura que as empresas do segmento que ainda estão em atividade seguem rígidos controles, mesmo com o expressivo aumento dos custos.
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Segundo Pereira, a reciclagem deveria ter sido um dos setores autorizados a continuar operando, mesmo em escala reduzida, por retirarem cerca de 200 toneladas de lixo das ruas todos os dias.
"Se nós fôssemos incentivados, estaríamos tirando outros resíduos das ruas que contribuem para a proliferação de insetos e doenças. Somente na minha empresa, tivemos sete afastamentos por Covid-19, nenhum caso grave, mas também tivemos três licenças por dengue", argumenta.
Para ele, no retorno, o Governo precisa dar suporte às empresas, mediando a interlocução com bancos para a facilitação do acesso ao crédito que possibilite a sobrevivência dos negócios.
"O Governo Federal fala em linha de crédito para financiar a folha de pagamento, mas só 7% das empresas conseguem acessar. Um dos pré-requisitos é não ter nenhuma pendência nos últimos seis meses. Qual empresa atualmente não teve um cheque devolvido recentemente? Vamos precisar de ajuda ou então vamos ter uma quebradeira", alerta o presidente do Sindiverde.