CDB: O que é e como funciona esse investimento?

O CDB é um tipo de investimento de renda fixa que tem como principais vantagens segurança e praticidade. Veja como investir

Quem quer entrar no mundo dos investimentos tem nos Certificados de Depósito Bancário (CDBs) uma boa opção. Os CDBs são emitidos por instituições bancárias e oferecidos aos correntistas com aplicações mínimas, a depender do tipo.  

Esse modelo de investimento pode ser o primeiro passo para quem quer sair da poupança em busca de rendimentos um pouco maiores. Ele é indicado para os investidores mais conservadores, que não querem correr riscos.  

Existem diferentes tipos de papéis que variam entre rentabilidade, risco e liquidez. Portanto, quem quer investir deve estar atento para escolher a melhor opção de acordo com prazos de resgate e objetivos.  

O que é CDB?  

O CDB é um tipo de investimento de renda fixa, e, como os ativos dessa classe, tem como características principais estabilidade e segurança.  

O investimento funciona como um “empréstimo” ao banco, sendo o rendimento os juros pagos por ele. O investidor cede dinheiro à instituição financeira para que ela possa financiar operações de crédito, como empréstimos e financiamentos. 

É uma mecânica parecida com o que acontece com títulos públicos, como o Tesouro Direto. Nesse caso, o investidor empresta dinheiro ao governo. 

Qualquer pessoa física pode investir em CDBs. O aporte mínimo varia de acordo com a instituição financeira escolhida, havendo bancos que aceitam investimentos a partir de R$ 100. 

Como funciona?  

Como o CDB é um investimento de renda fixa, o investidor tem como contar com a rentabilidade do dinheiro investido antes do resgate. É diferente da renda variável, em que o valor dos ativos pode oscilar livremente para cima ou para baixo. 

Existem três tipos diferentes de CDBS no que diz respeito à forma de rentabilidade: pré-fixados, pós-fixados e híbridos.  

  • Pré-fixados: O rendimento é uma taxa fixa informada pelo banco no momento do aporte. Isso significa que se for colocada uma taxa de 4% ao ano, por exemplo, será esse o rendimento durante todo o período em que o dinheiro permanecer investido. 

  • Pós-fixados: Esse é o tipo mais comum de CDB presente no mercado. O rendimento do dinheiro investido depende de algum indicador, mais comumente o Certificado de Depósito Interbancário (CDI). Nesse caso, os fundos rendem uma porcentagem do CDI, que costuma ter valor bastante próximo da Selic. É possível encontrar CDBs com rendimento de 80% a 120% do CDI. 

  • Híbridos: Nesse caso, o rendimento é calculado com base em uma taxa fixa somada a uma variante, normalmente o IPCA, a inflação. Essa é uma opção mais voltada para quem quer investir com foco no longo prazo, já que a maioria das opções tem datas de vencimento mais distantes. 

Também existem títulos diferentes a depender do prazo para retirada. As opções mais rentáveis normalmente oferecem prazos mais longos, o que significa perda financeira para quem tiver necessidade de retirar o dinheiro do investimento antes da validade. 

Há no mercado também várias opções de CDBs com liquidez diária. Isso significa que o investidor pode retirar os recursos a qualquer momento sem qualquer perda financeira. 

Essa é uma opção indicada para quem quer guardar a reserva de emergência em um local com rentabilidade superior à poupança. Os CDBs de liquidez diária mais vantajosos oferecem rendimentos de 100% do CDI, equivalente hoje a 4,15% ao ano – a poupança, por outro lado, rende apenas 70% da Selic, o equivalente a 2,97% ao ano. 

A escolha do tipo de CDB ideal varia de acordo com o objetivo do investidor e do tempo pelo qual ele pretende deixar o dinheiro investido. Importante ressaltar que a rentabilidade também pode variar de acordo com a instituição financeira escolhida. 

Quais as vantagens e os riscos?  

A principal vantagem dos CDBs é a praticidade para investir. Todos os bancos oferecem pelo menos um tipo de CDB para os correntistas e, nesse caso, basta transferir o dinheiro da conta corrente para começar a investir. 

Outra questão é a previsibilidade de ganhos. Por mais que a rentabilidade tenha alguma variação em fundos pós-fixados e híbridos, o investidor tem como saber exatamente quanto o dinheiro irá render logo no momento em que ocorre a alocação. 

Dessa forma, o CDB não pode “render negativo”. O que pode acontecer é o título render menos do que a inflação – o que já ocorre em aplicações como a poupança. 

Os riscos também são mais baixos. O investidor só perderá o dinheiro investido caso a instituição financeira tenha algum problema e deixe de pagar, o que não costuma acontecer. 

Mesmo assim, os CDBs contam com garantia do Fundo Garantidor de Crédito (FGC). Ele garante ao investidor a devolução dos recursos investidos – incluindo o rendimento durante o período – para o caso de falências ou calote por parte dos bancos. 

O FGC cobre até R$ 250 mil por CPF e por conglomerado financeiro. Quem quer investir mais do que isso e ainda ter segurança pode investir em CDBs de mais de uma instituição financeira, mas o teto máximo é de R$ 1 milhão a cada quatro anos. 

A segurança do investimento também depende da instituição financeira escolhida. Normalmente, quanto maior a rentabilidade oferecida, maior o risco corrido, então vale ficar de olho em instituições que oferecem ganhos muito maiores do que os praticados no mercado. 

Qual a diferença entre CDB e RDB?   

Assim como o CDB, o RDB é um tipo de título de renda fixa que é utilizado pelos bancos para captação de recursos.  

O CDB pode ser negociado e vendido antes do prazo de vencimento, mesmo que com perda financeira. O RDB, contudo, é inegociável e intransferível. 

Impostos e taxas 

Assim como outros investimentos de renda fixa, os CDBs são tributados e devem ser inseridos na declaração de imposto de renda. A alíquota cobrada varia entre 22,5% e 15%, a depender do tempo em que o dinheiro está investido. 

Confira a tabela regressiva: 

Tempo de investimento 

Alíquota 

Até 180 dias 

22.5% 

De 181 dias a 365 dias 

20% 

De 365 dias a 720 dias 

17.5% 

Acima de 720 dias 

15% 

Além do IRPF, existe ainda cobrança de Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), mas apenas sobre aplicações resgatadas em menos de 30 dias. A taxa recai sobre a rentabilidade e varia entre 96% e 3% de forma regressiva de acordo com o tempo aplicado 

Onde investir em CDB?  

Todos os principais bancos oferecem opções de CDBs. O investidor pode realizar aplicações, inclusive, em bancos em que ainda não é correntista. 

Desde abril do ano passado o Conselho Monetário Nacional (CMN) também autorizou que sociedades de crédito, financiamento e investimento (financeiras) ofereçam o título.  

O investimento em corretoras possibilita ao investidor acessar diversas opções de CDBs de bancos diferentes em uma platafora única, o que pode facilitar no momento da escolha.  

Passo a passo: como investir  

  1.  Tenha noção de objetivos. Se o investimento for para reserva de emergência, apenas títulos com liquidez diária devem ser considerados. Se a ideia for guardar dinheiro para um evento futuro ou mesmo aposentadoria, outros títulos com prazo mais longo podem oferecer maior rentabilidade. 

  1. Escolha um título. Com os objetivos em mente, é a hora de pesquisar qual instituição financeira oferece melhores condições de rentabilidade. 

  1. Crie uma conta na corretora ou banco escolhido. 

  1. Transfira por TED ou DOC o dinheiro que pretende ser investido da conta corrente para o CDB escolhido. 

  1. Aguarde a rentabilidade no prazo de vencimento.