Caminhoneiros param em 22 estados; greve vai continuar

São Paulo. A paralisação dos caminhoneiros autônomos do país, iniciada na segunda-feira, deve continuar na quarta-feira, apesar do aceno feito pelo governo ontem (22) com a redução da Cide (Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico) que incide sobre o preço do diesel. O presidente da Associação Brasileira dos Caminhoneiros (Abcam), que organiza o movimento da categoria, José da Fonseca Lopes, afirmou que a redução da Cide não é suficiente.

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"Isso não resolve o problema, a gente quer ser ouvido. Queremos que os tributos no óleo diesel sejam zerados. A Cide representa 1% dos tributos que incidem no combustível", disse Lopes em resposta a questionamento sobre a possibilidade da paralisação dos caminhoneiros ser suspensa após o anúncio feito pelo governo federal.

Paralisações

Até o fim da tarde de ontem (22), a Polícia Rodoviária Federal (PRF) contabilizava interrupções em rodovias federais de 22 estados por causa da paralisação de caminhoneiros autônomos. Eles fazem bloqueios nas estradas desde a última segunda-feira pedindo a retirada dos encargos tributários sobre o diesel. Os motoristas também criticam o ajuste diário dos preços do combustível que, segundo eles, dificulta o planejamento do frete.

Segundo o balanço da PRF, há bloqueios no Rio Grande do Sul, em Santa Catarina, no Paraná, em São Paulo, no Rio de Janeiro, no Espírito Santo, em Minas Gerais, em Goiás, em Mato Grosso, em Mato Grosso do Sul, na Bahia, em Sergipe, em Alagoas, em Pernambuco, na Paraíba, no Rio Grande do Norte, no Tocantins, no Ceará, no Maranhão, no Pará, no Amazonas e em Rondônia.

'Efeitos pontuais'

Um comitê de crise foi criado pelo governo federal para acompanhar nacionalmente os efeitos da greve dos caminhoneiros contra o preço do óleo diesel, segundo o ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann. Ele minimizou, no entanto, os prejuízos das manifestações, que, em sua opinião, ainda não interferem no dia a dia da população.

"Em alguns estados, (os prejuízos da greve) já cessaram. Não há maiores dificuldades em São Paulo e, em alguns outros, continuamos tendo problema. Estamos fazendo parcerias com os governos dos estados e isso é uma questão de ordem pública, responsabilidade sobretudo dos estados. Mas a Polícia Rodoviária Federal está à disposição, se necessário for", afirmou.