BNB amplia crédito a setor energético

As atividades relacionadas aos setores de micro e minigeração de energia deverão ser impulsionadas pela abertura de novas linhas de financiamento para os produtores. O Banco do Nordeste (BNB) ampliou as opções de financiamento do Fundo Constitucional de Financiamento do Nordeste (FNE) para projetos de geração de energia de centrais fotovoltaicas, parques eólicos, pequenas centrais hidrelétricas e usinas de aproveitamento de fontes de biomassa.

"Há uma expectativa muito grande por parte dos empresários que estão trabalhando com esses projetos de geração distribuída por uma oferta maior de crédito. E a melhor opção é essa do FNE", destacou o presidente da Câmara Setorial de Energias Renováveis, Jurandir Picanço. "Então essa notícia é muito importante para o setor", disse.

De acordo com a medida, baseada na portaria nº 68 do Ministério da Integração Nacional, a participação dos recursos do FNE poderá ser de até 60% do investimento total do projeto aprovado, com prazo máximo de 20 anos e carência de até 8 anos. As taxas de juros variam de 12,95% a 9,5% ao ano, considerando a possibilidade de bônus de adimplência.

Segundo Picanço, o elevado valor do investimento inicial muitas vezes inviabiliza esses tipos de projetos. "Hoje, o consumidor já pode produzir a sua energia, mas o investimento é muito grande. É como se ele estivesse comprando a energia de sete anos de uma vez só. Agora, será possível mais gente participar desses projetos", afirma.

Recursos

Para este ano, o BNB estima que serão destinados R$ 335 milhões para a linha de crédito FNE Verde, para todo o Nordeste e cerca de e R$ 60 milhões apenas para o Ceará. Os valores, no entanto, podem variar de acordo com a demanda e não são exclusivos para geração de energia. O banco diz que não faltará recursos para os projetos.

"Vamos atender essa demanda com o programa FNE Verde, que é voltado para projetos relacionados à sustentabilidade ambiental, no qual se inclui a geração de energia renovável. Esse valor é uma expectativa da programação de aplicação", diz Kleber de Oliveira, gerente da célula de meio ambiente, inovação e responsabilidade social do BNB.

"Para estes setores, é extremamente positivo contar com as linhas de crédito para impulsionar suas atividades. Ainda mais se considerarmos que esses empreendimentos têm grande potencial em áreas interioranas, como o Semiárido", completou o gerente do Ambiente de Políticas de Desenvolvimento do BNB, José Rubens Dutra Mota.