A Americanas realizou um pedido, na corte de falências dos Estados Unidos, para estender a suspensão de pagamento a credores norte-americanos nesta quarta-feira (25). A solicitação ocorreu conforme o previsto no Capítulo 15 da legislação do país. As informações são do jornal O Globo.
A empresa apresentou à Justiça uma lista de credores, que inclui desde bancos e fabricantes de chocolate a gigantes de tecnologia, como Facebook e Spotify. A varejista alega, no documento, que possui dívidas de R$ 41,231 bilhões e 7.720 credores.
Segundo a publicação, todas as decisões da Justiça brasileira em relação à empresa serão reconhecidas nos Estados Unidos, para evitar que a companhia seja alvo de medidas cautelares naquela jurisdição.
A informação inicial era que a Americanas havia solicitado recuperação judicial nos Estados Unidos. A empresa, no entanto, informou em nota que "pediu extensão aos Estados Unidos dos efeitos de proteção (notadamente a suspensão de pagamentos a credores) assegurados em seu processo de recuperação judicial no Brasil - o Chapter 15", e não a recuperação judicial.
ROMBO BILIONÁRIO
O rombo bilionário foi comunicado pela empresa em 11 de janeiro. O documento foi assinado pelo presidente executivo da empresa, Sérgio Rial, que estava no cargo havia apenas 15 dias. Ele renunciou da presidência em seguida.
O pedido de recuperação judicial solicitado no Brasil visa proteger a empresa dos efeitos da descoberta de financiamentos de compras na ordem de mais de R$ 40 bilhões em dívidas.
A decisão, segundo a Americanas, considerou os desafios que está enfrentando na interface com credores e fornecedores, desde revelação das inconsistências contábeis; a necessidade de atendimento dos interesses de seus credores, acionistas e 'stakeholders'; a posição de caixa que se reduziu sobremaneira; e a necessidade de preservação da continuidade da oferta de serviços de qualidade.
"O grupo de acionistas de referência informou ao presidente do conselho de administração que pretendem manter a liquidez da companhia em patamares que permitam o bom funcionamento da operação de todas as lojas, do seu canal digital, - americanas.com - , da Ame e suas demais coligadas", diz a companhia no pedido.