A Americanas pediu à Justiça, nesta segunda-feira (30), proteção contra cortes de energia, telefonia e internet por dívidas. A informação foi divulgada pelo jornal Folha de S. Paulo.
A empresa afirmou na ação que já está sendo alvo de cobranças das concessionárias Enel São Paulo e Light, do Rio de Janeiro. A Americanas alega que os serviços são imprescindíveis para o funcionamento.
As dívidas são de faturas que estavam em abertos antes do pedido de recuperação judicial, feito em 19 de janeiro. Já com a empresa de telefonia Claro, a dívida seria de R$ 24,1 milhões.
Outro pedido que consta na ação é proteção contra ações de despejo de suas lojas por atrasos de aluguel. Uma dos processos de despejo foi movido por um shopping de Niterói, no Rio de Janeiro, por dívida de R$ 319 mil.
Na última semana, se tornou conhecida a lista de credores das Lojas Americanas, totalizando uma dívida de mais de R$ 41,2 bilhões. O maior déficit é com a Nestlé Brasil, a quem o grupo declarou uma dívida de mais de R$ 59 milhões.
Outras gigantes do setor alimentício também possuem dívidas milionárias, como Mondelez Brasil (R$ 93 milhões), Mars (R$ 19,9 milhões), Hershey (R$ 16,7 milhões), Ferrero do Brasil (R$ 14,8 milhões) e Arcor (R$ 5,2 milhões).
Rombo bilionário
O rombo bilionário foi comunicado pela empresa em 11 de janeiro. O documento foi assinado pelo presidente executivo da empresa, Sérgio Rial, que estava no cargo havia apenas 15 dias. Ele renunciou da presidência em seguida.
A empresa entrou com pedido de recuperação judicial, aceito pela Justiça, proteger a empresa das inconsistências contábeis nos financiamentos de compras.
A decisão, segundo a Americanas, considerou os desafios que está enfrentando na interface com credores e fornecedores, desde revelação das inconsistências contábeis; a necessidade de atendimento dos interesses de seus credores, acionistas e 'stakeholders'; a posição de caixa que se reduziu sobremaneira; e a necessidade de preservação da continuidade da oferta de serviços de qualidade.
Representantes das centrais sindicais se reuniram nesta segunda com o ministro do Trabalho, Luiz Marinho (PDT), para discutir a participação do governo federal no caso da Americanas. O ministro apontou que é fundamental preservar a continuidade da companhia, independente de quem seja seu controlador.