São Paulo. As ações da Petrobras fecharam em queda de quase 15% na Bolsa brasileira nessa sexta-feira (1º), após o então presidente da Petrobras, Pedro Parente, anunciar pela manhã que entregou o cargo. Ivan Monteiro, diretor-executivo da área financeira e de relacionamento com investidores da estatal, foi indicado pelo conselho da petroleira para a presidência.
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Os papéis preferenciais (mais negociados) recuaram 14,86%, cotados a R$ 16,16. Os ordinários (com direito a voto) caíram 14,92%. As ADRs (recibos de ações negociadas nos Estados Unidos), perderam 14,59%, para US$ 10,13. Em um dia, a empresa perdeu R$ 40,3 bilhões em valor de mercado. Desde que teve início a paralisação de caminhoneiros, em 21 de maio, perdeu R$ 126 bilhões. Agora, a Petrobras vale R$ 231 bilhões.
Apesar de a Petrobras ter um peso de aproximadamente 12% do Ibovespa, índice que reúne as ações mais negociadas da Bolsa, o indicador conseguiu subir 0,63% nessa sexta, para 77.239 pontos, segurado pelo bom humor no exterior.
As ações da Petrobras chegaram a abrir em alta na casa de 2%. Por volta de 11h20, o mercado foi comunicado da renúncia de Parente, e os papéis entraram em leilão - as negociações ficam suspensas por atingirem oscilações máximas. A B3, dona da Bolsa, explica que este é um procedimento comum e previsto pela regulação da CVM (Comissão de Valores Mobiliários) quando um comunicado de empresa de capital aberto é publicado com o mercado em funcionamento. Quando voltaram a serem negociados, os papéis da Petrobras reabriram caindo 14%, e chegaram a perder 20%.
Em nota, a agência de classificação de risco Moody's disse que a saída de Parente é um sinal ruim. "O pedido de demissão de Pedro Parente da presidência da Petrobras é negativo para o perfil de crédito da companhia. A saída de Parente pode indicar que a tendência de melhoras nas políticas financeiras da Petrobras está comprometida", disse Nymia Almeida, vice-presidente sênior da Moody's.
Câmbio
O dólar, que já poderia ganhar força com os dados bons de emprego nos EUA, firmou em alta com investidores. O dólar comercial subiu 0,82%, a R$ 3,768. O Banco Central vendeu 15 mil contratos de swap cambial tradicional - venda futura de dólares.