Testes de Covid-19 em farmácias do Ceará aumentam 37% durante festas de fim de ano

Número de testes passou de 14.013, entre 7 e 20 de dezembro, para 19.275, entre 21 e 3 de janeiro, aponta Abrafarma

As festas de fim de ano, ainda que no cenário epidemiológico de alerta da Covid-19, provocaram aumento na demanda espontânea por exames para diagnóstico da doença. Segundo levantamento da Associação Brasileira das Redes de Farmácias e Drogarias (Abrafarma), dezembro registrou acréscimo de 37,5% na testagens feitas nesses estabelecimentos, no Ceará. 

Entre 7 e 13 de dezembro, 1.131 (19%) dos 6.221 exames deram positivo. Na semana seguinte (14 a 20 de dezembro), 1.396 testes indicaram o SARS-CoV-2, o que corresponde a 18% dos 7.792 registrados no intervalo. Estes 14 dias, ao todo, somaram 14.013 exames.

Já o período que corresponde aos dias 21 de dezembro a 3 de janeiro (duas semanas), evidencia a maior ida de pessoas em busca da testagem em farmácias. Foram contabilizados 19.275 testes, sendo 3.452 com resultados positivos. A entidade justificou que não houve detalhamento da pesquisa semanal por causa do recesso.

Desde que os testes de Covid-19 passaram a ser comercializados em farmácias do Ceará, menos de dois meses após o início da pandemia, 94.359 exames pagos nesses estabelecimentos foram realizados no Estado.

O número total, contabilizado até o último dia 3 de janeiro, corresponde a apenas 6,97% dos 1.352.141 testes mapeados pelo IntegraSUS, da Secretaria Estadual da Saúde (Sesa), até as 17h45 dessa terça-feira (12). A plataforma reúne coletas feitas em unidades privadas, como hospitais, farmácias e laboratórios, além de todos os equipamentos da rede pública. 

Mesmo não apresentando sintomas, a universitária Sarah Esmeraldo, de 21 anos, procurou uma farmácia na última quinta-feira (7) para fazer o teste por precaução, já que havia passado o réveillon ao lado de cinco amigos. O exame SWAB, que custou R$ 120, deu positivo dois minutos após a aplicação do cotonete na cavidade nasal, conta. 

“Eu fiz o teste só por garantia porque um amigo que encontrei teve resultado positivo. Todo mundo que teve contato com ele entrou em consenso para fazer o teste”, detalha. Os familiares dela também foram submetidos ao exame, que não confirmou a infecção pelo novo coronavírus.  “Todos eles testaram, mas ninguém pegou”. 

Após o diagnóstico, Sarah cumpre, desde então, isolamento domiciliar no próprio quarto, em uma nova rotina cercada de cuidados para evitar a transmissão do novo coronavírus. “Eu não saio do quarto para nada, a comida é deixada na porta e eu pego de máscara”, relata, complementando que agora sente dor de cabeça moderada, além do “corpo pesado” constantemente. 

Número ainda baixo

Para o imunologista Edson Teixeira, o Brasil necessita testar, pelo menos, cinco vezes mais, como os vizinhos Colômbia e Peru. "Países que examinam mais evitam o colapso do sistema de saúde e aumento no número de mortes", explica.

"Quando você testa e detecta, isso é muito importante para que se bloqueie o processo de propagação do vírus. Ao identificarmos as pessoas contamidadas, conseguimos isolá-las e acompanhá-las. Todos os países que fizeram boas testagens têm menos numero de óbitos", complementa o especialista, acrescentando que as pessoas dvem se testar independente de sintomas e de contato com quem testou positivo. 

Autorização

Os testes rápidos de Covid-19 começaram ser vendidos nas farmácias do Ceará a partir do dia 30 de abril, após liberação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). A decisão do órgão, datada em 28 de abril, atendeu a uma solicitação da Sesa, mas determinou o cumprimento de uma série de medidas sanitárias durante as coletas. 

Os exames devem ser realizados por farmacêuticos treinados e os estabelecimentos precisam delimitar o fluxo de pessoas e áreas de atendimento, espera e pagamento diferentes para os que buscam o teste rápido em relação aos usuários de outros serviços. Todos os resultados, sejam positivos ou negativos, devem ser notificados aos Ministério da Saúde. 

A reportagem do Diário do Nordeste consultou três redes de farmácias, líderes no segmento, para saber quais os exames para diagnóstico da Covid-19 disponíveis, o investimento e o prazo de liberação do resultado da testagem. 

Em geral, três tipos estão sendo ofertados. O mais comum é o teste rápido de sorologia, que identifica se o paciente é reagente para IgG (memória imunológica), ou seja, se entrou em contato com o vírus no passado ou para IgM (infecção ativa/atual), se está ou esteve recentemente infectado. A coleta é através de uma punção no dedo.  

O Antígeno é recomendado para pacientes que começaram a apresentar os sintomas da Covid-19 entre 2 e 7 dias. Já o SWAB consiste na inserção de um cotonete via nasal para coleta de amostra nasofaríngea. Este tem a maior exatidão, sendo apontado como "padrão-ouro" pela Organização Mundial da Saúde (OMS). 

Veja os exames ofertados:

Drogasil 

  • Sorológico 

Preço: R$ 119,90

Resultado: em até 20 minutos

  • Antígeno

Preço: R$ 12O

Resultado: 15 minutos

Extrafarma

  • Sorológico 

Preço: R$ 79,90

Resultado: 10 minutos

  • Teste rápido nasal de Antígeno 

Preço: R$ 99

Resultado: não informado

Pague Menos

  • Sorológico

Preço: R$ 79,90

  • SWAB

Preço: R$ 99

Resultado: entre 20 a 30 minutos, cada