Orla de Fortaleza tem movimentação tranquila na noite de Réveillon; veja fotos

Cenário difere do período anterior à pandemia. Turistas têm expectativa por queima de fogos e de comerciantes por aumento nas vendas

Mesmo sem celebração oficial, o Aterro da Praia de Iracema, em Fortaleza, recebe população para comemorar o Réveillon de 2022. Famílias e grupos de amigos levam comidas, bebidas e barracas de apoio para acompanhar a chegada no ano novo na praia.

Na expectativa para a chegada de 2022, a população aproveita música e ambientes ao ar livre em outros pontos da orla.

Reunidos na faixa de areia, Leandro Santana, de 37 anos, diz não tem hora para voltar ao hotel onde está hospedado. "Esse ano voltei com a família para conhecer também, eu acompanho e vi que não ia ter (Réveillon)", destaca.

Apesar de saber das restrições, o grupo optou por manter o planejamento de comemorar o novo ano em Fortaleza. "A gente já tinha programado de vir mesmo assim. Independente da festa da virada, quem faz a festa é a gente", frisa o gerente de clube.

Em referência à festa que repercutiu nas redes sociais, a família Sombra e amigos também se reúnem no local. "Esse ano a gente resolveu fazer a Farofa da Ossi, inspirada na Farofa da Gkay. Vamos ficar aqui até o último sair", destaca o professor Adriano Sombra, de 40 anos.

Cearenses e turistas transitavam mais cedo, na noite desta sexta-feira (31), pela orla de Fortaleza em fluxo bem menor do que observado nos anos anteriores à pandemia da Covid-19

O Diário do Nordeste percorreu a Beira Mar, Rua dos Tabajaras, Dragão do Mar, Anfiteatro Flávio Ponte, Mercado dos Peixes, Praia do Futuro e outros pontos de tradicional movimentação na Capital.

Parte de restaurantes na Varjota estão fechados e os demais funcionam com poucos clientes. Terminais de ônibus, como do Antônio Bezerra e do Papicu, estavam com baixa circulação.

Em comum, os locais chamam atenção pela calmaria neste Réveillon. Foram observadas equipes da Agência de Fiscalização de Fortaleza (Agefis), além de policiamento.

Há dois dias o casal Gleice Santana e Adílio Silva saíram de Ilhéus, na Bahia, com destino ao hotel próximo à Praia de Iracema. "A gente não sabe ao certo se vai ter queima de fogos, estamos na esperança de ter para a gente assistir e voltar para o hotel", comenta a consultora de vendas, de 33 anos.

Ambos visitaram Fortaleza em períodos anteriores e resolveram não desistir da viagem mesmo com as restrições devido à pandemia.

"Aqui tem muitas belezas naturais, eu já conheço Jericoacoara, gosto muito do clima da praia e da cidade. Não tinha outra opção, já estava tudo reservado, então tínhamos que vir mesmo", conclui Gleice Santana.

Aproveitar o banho de mar no litoral cearense também motivou a vinda de Silene Araújo e Luiz Carlos Farias, de São José dos Campos, em São Paulo. "Faz 2 anos que a gente não vinha. É muito bom na orla, a gente gosta das praias. Fortaleza é aconchegante", conclui a comerciante Silene Araújo, de 49 anos.

Por causa desse aconchego, a Capital é o destino de Réveillon para o casal há 10 anos. "A gente compreende (não ter festa no Aterro), mas tem as praias e outras coisas para fazer. No próximo ano terá outro, o que importa é a gente estar com saúde", pondera. O casal permanece no Ceará até o dia 6 de janeiro.

Cenário para ambulantes

Neste ano, o autônomo Gabriel Soares, de 26 anos, voltou à orla de Fortaleza. Há sete anos ele participava da festa que ocorria antes da pandemia. “Não está como nos anos anteriores que tinha uma multidão, está como um dia normal”, observa.

Por causa do baixo movimento, Gabriel estima faturar até R$ 500 com a venda de milhos. Em outros anos, o comerciante lembra ter ganhado cerca de R$ 4 mil com as vendas na praia.

“Eu creio que vai movimentar mais, que o pessoal vai vir e curtir com a família. Amanhã mesmo vai ser um dia movimento e assim a gente vai levando a vida", acrescenta.