Nesta primeira manhã com restrições mais duras, Fortaleza registra queda na movimentação de pedestres. No entanto, embora o fluxo de carros não esteja tão grande como em dias normais, é bem mais intenso em comparação com o primeiro lockdown na cidade ocorrido em 2020, apresentando menor adesão da população.
Como forma de tentar barrar o crescente avanço da Covid-19 na capital, o governador Camilo Santana (PT) decretou lockdown na última quarta-feira (3). A medida teve início nesta sexta-feira (5) e segue até 18 de março.
Se no primeiro decreto de isolamento rígido na capital, o cenário de ruas vazias evidenciou a seriedade do cenário epidemiológico, essa sexta-feira (5) mostrou uma outra realidade: a manhã foi marcada por fluxo intenso de carros e ônibus em vias como Avenida Aguanambi, Alberto Craveiro, Antônio Sales e na BR-116.
Já no Centro de Fortaleza, as ruas tiveram pouca movimentação de carros e pedestres, principalmente na região próxima ao Theatro José de Alencar. As lojas estavam com os portões fechados, porém algumas com as portas entreabertas.
A trabalhadora de Recursos Humanos Nayara Honório, 33 anos, que saiu do bairro Siqueira para o Dionísio Torres, pôde perceber a redução na quantidade de pessoas da rua. Em seu trajeto, aponta ter visto o fluxo de carros diminuir em relação aos dias anteriores. No entanto, aponta que esse cenário se concentra principalmente próximo dos bairros mais centrais de Fortaleza.
“Na periferia é como se estivesse tudo normal, não respeitam muito. Nem uso de máscara, nem fechamento dos estabelecimentos. Nessa segunda onda, o pessoal está banalizando mais”, compartilha.
O descaso com as medidas sanitárias e, indiretamente, com as vidas perdidas, é preocupante, na perspectiva de Nayara. “O lockdown é importantíssimo. A única forma que tem que diminuir é com a vacina. Já que a gente não está tendo acesso, tem que ter outras formas. Quem pode, tem que ficar em casa e respeitar”, finaliza.
Menos pedestres e veículos
Para a enfermeira Brena Calixto, 28 anos, que todo dia realiza o trajeto de carro do bairro Parque Santa Rosa para o Cristo Redentor, foi possível perceber a redução no número de pessoas circulando nas ruas. Acostumada com um maior fluxo de consumidores nas avenidas com comércios, sentiu o impacto do primeiro dia de lockdown em Fortaleza.
“De uma forma geral estava reduzido, também não vi ônibus circulando. Os terminais tinham pouquíssimas pessoas no terminal. O trânsito estava bem reduzido também, não estava como costuma ser”, relata.
No entanto, apesar de constatar essa redução no fluxo de pedestres e veículos, percebeu o funcionamento de algumas lojas de serviços não essenciais. “Principalmente loja de roupas. Elas fecham duas portas e deixavam outras duas abertas, também vi feiras funcionando”, acrescenta.
1º lockdown em Fortaleza
Em meio ao aumento de casos confirmados para o novo coronavírus, ainda em maio de 2020, Fortaleza precisou respeitar o primeiro isolamento social rígido. O decreto tanto proibia o funcionamento de serviços não essenciais, quanto restringia a circulação de pessoas pela cidade, só sendo permitida a saída com em casos extremos.
No mesmo período, o uso de máscara se tornou obrigatório para todos os cearenses. Após o lockdown, que durou até o fim de maio, Fortaleza começou a apresentar uma diminuição na velocidade de contágio e, consequentemente, de registro de novos casos.
Restrições no 2º lockdown
Com a medida, foram suspensas as atividades presenciais em academias, lojas de ruas, shoppings, bares e restaurantes. No entanto, alguns estabelecimentos do centro funcionavam na manhã desta sexta-feira (5) com portas pela metade, enquanto outros tiveram abertura normal.
Já em supermercados e farmácias, apesar do funcionamento estar permitido, a nova determinação estadual aponta que a autorização para operar deve respeitar as medidas sanitárias, como uso de máscara e distanciamento, assim como a liberação de apenas uma pessoa por família.