Criança de dois anos morre por complicações de meningite em Fortaleza

Profilaxia foi feita em todos que tiveram contato com vítima por mais de quatro horas

Uma criança de dois anos morreu, na última quarta-feira (1º), de meningococcemia em Fortaleza. A informação foi confirmada pela Secretaria Municipal de Saúde (SMS).

Segundo relatos, o menino apresentou os primeiros sintomas na segunda-feira (30). Nesse dia, ele tinha ido para a aula, em uma escola particular, localizada no bairro Sapiranga, em Fortaleza. 

Na terça (31), ele foi hospitalizado. No entanto, apesar dos cuidados médicos, a criança foi a óbito na madrugada dessa quarta (1º).

A SMS informou, em nota, ter sido notificada do caso nessa quarta, tendo prontamente iniciado investigação em parceria com a Secretaria Estadual da Saúde (Sesa).

Conforme a Pasta municipal, a profilaxia contra a meningite foi iniciada em todas as pessoas que tiveram contato com o paciente por mais de quatro horas, incluindo os colegas de classe e professores.

Criança estava vacinada

A avó da criança relatou que o menino estava imunizado com "todas as vacinas existentes" para meningite. Contudo, ele chegou a apresentar febre de 39,5 °C, o que motivou a ida dele à emergência de um hospital particular. Lá, ele recebeu dipirona e voltou para casa.

No dia seguinte, a criança voltou ao hospital e realizou alguns exames. Após piorar, ela foi levada a outra unidade de saúde, mas não resistiu.

O que é meningite

De acordo com a Sociedade Brasileira de Imunizações (Sbin), a meningite é a inflamação das membranas que revestem o cérebro e a medula espinhal. A enfermidade pode ser causada por vírus — menos graves, em geral — e bactérias, que provocam infecções mais severas.

Já a meningococcemia, ainda conforme a Sbin, caracteriza-se como uma infecção generalizada, quando a bactéria causadora da meningite atinge a corrente sanguínea. O quadro ocorre em infecções provocadas pela bactéria meningococo.

As meningites bacterianas podem ser prevenidas pela imunização, recomendada pela entidade especialmente para crianças e adolescentes.

Apesar de ser pouco comum em adultas, a vacinação deve ser considerada em situações de risco, como surtos na comunidade e viagens para locais com risco de transmissão. 

Casos no Ceará 

Em 2020, o Estado somou 225 casos e 22 mortes pela doença. Já neste ano, até agosto, 108 pessoas foram infectadas e 7 morreram, segundo a Secretaria Estadual da Saúde (Sesa).

Fortaleza concentrou, de janeiro a agosto de 2021, mais da metade dos registros do Estado todo: 60 dos casos confirmados e 5 dos óbitos por meningites foram na Capital. As ocorrências consideram pessoas com doença meningocócica e outras meningites.

Cobertura vacinal

A maior preocupação em relação à presença dos agentes causadores da meningite é a queda na busca pela vacinação. No Ceará, até junho, todas as vacinas contra a doença tinham cobertura abaixo de 70%, quando o ideal é atingir, pelo menos, 95% do público. Os índices de cobertura são os piores dos últimos anos.

As principais vacinas que combatem a meningite são ofertadas no SUS, como a meningocócica C, aplicada a partir dos 3 meses de vida; e a meningocócica ACWY, para adolescentes. Na rede privada, as clínicas dispõem da meningocócica B e da ACWY.