A Secretaria Estadual da Saúde (Sesa) publicou, na manhã desta quinta-feira (19), uma nota oficial comunicando que o Ceará, nos últimos 15 dias, tem tido problemas no processamento das amostras dos exames moleculares da Covid, os RT-PCR, devido a dificuldades por parte da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), vinculada ao Ministério da Saúde (MS). A instituição, conforme a Sesa, processa uma parcela dos testes realizados no Estado. Ao todo, há pelo menos 3.664 exames represados na Fiocruz. O órgão, diz a Sesa, se comprometeu a liberar ainda hoje 1.740 exames e outros 1.924 até sábado (21).
A Sesa informa que a Fiocruz processa parcela importante dos exames do Ceará e "vem passando por contratempos decorrentes da lentidão do Gerenciador de Ambiente Laboratorial (GAL), equipamento também ligado ao MS".
Esse equipamento informatiza e conecta os laboratórios que fazem análises de interesse à saúde pública. Na nota, a Secretaria explica que o Governo Federal justifica a lentidão como sendo um efeito dos ataques de hackers aos servidores do Ministério da Saúde no início do mês.
Na nota, a Sesa também ressalta que a Fiocruz é "um parceiro estratégico na condução dos trabalhos de gestão da pandemia no Estado e vem procurando criar um fluxo de pactuação dos encaminhamentos a serem realizados".
Uma das ações de contingência é fazer com que as novas amostras de exames da Covid só sejam enviadas à Fiocruz a partir da próxima segunda-feira (23). Até lá, os exames serão encaminhadas ao Laboratório Central de Saúde Pública do Ceará (Lacen).
Após esses prazo, diz a nota, a Secretaria "espera retomar o fluxo anteriormente acordado, de envio dos exames de pacientes para o Lacen e Hemoce e de envio dos exames de testagem em massa para a Fiocruz".
De acordo com a Assessoria de Comunicação da Fiocruz Ceará, "toda informação sobre o atraso no processamento dos testes deverá ser tratado com o Ministério da Saúde".
Estratégias de diagnósticos
A Secretaria também reforça que os exames são fundamentais nas estratégias de diagnóstico e monitoramento da evolução da doença no Ceará e que os municípios e as unidades de saúde devem seguir essa orientação, que "leva em consideração as especificidades de cada equipamento e contribui para a celeridade para cada tipo de análise."
No Ceará, conforme dados do IntegraSus, até a manhã desta quinta-feira (19), já foram realizados 1.099.720 mil exames. Destes, 387.207 foram RT-PCR. No Estado, 289 mil testes deram positivo.